domingo, 25 de maio de 2014

Carretera Austral 2014 - Futaleufu até Bariloche

(27/1) O dia ia ser longo hoje! Como precisávamos chegar cedo na aduana, acordamos cedo e tomamos um café rápido antes de sair. De Futaleufu até a aduana do lado chileno são apenas 10km de distância, e o caminho é relativamente plano, então acabamos percorrendo esse trecho até mais rápido que havíamos previsto. Carimbamos a saída e nos despedimos do Chile! A aduana do lado argentino fica uns 400m adiante e rapidamente fizemos a entrada na Argentina, restava agora aguardar a chegada do ônibus. Procuramos nos informar a respeito do ônibus e as notícias não eram muito animadoras, pois deveria ser mais no estilo "micro-ônibus" do que um ônibus com bagageiro grande. Aos poucos foram chegando também vários outros turistas (mochileiros) e ficamos ainda mais preocupados se conseguiríamos embarcar. O ônibus atrasou um pouco, e quando chegou ficou claro que não ia dar certo... além de ter enchido com os mochileiros, não tinha mesmo um bagageiro que coubessem as bikes, então o jeito seria mesmo pedalar! Eu já meio que contava com isso, mas os vários dias de pedal seguido me fizeram ter esperança por algum descanso.

(a caminho da fronteira)
 (tchau Chile!)
 (adivinha que desenho é esse?)
 (tensão do lado argentino enquanto esperamos o ônibus)

A paisagem muda radicalmente ao atravessar o "Passo Futaleufu", e a natureza mais exuberante do lado chileno, dá lugar a um clima mais árido e uma paisagem de pampa. O trecho da aduana até acidade mais próxima, Trevelin, foi meio chato e havia algumas partes em obras o que tornava o terreno mais pesado. Demorou um pouco mais do o normal, mas chegamos em Trevelin. Fizemos uma parada para um lanche em uma padaria (oba, alfajor argentino!) e nos informamos se conseguiríamos algum transporte para Esquel, mas parece que a cidade é atendida pelo mesmo tipo de ônibus que vimos na fronteira então o jeito era continuar pedalando, de novo! Eu estava um pouco receoso de que isso acontece porque eu previa que um certo vento contra no caminho!

 (Passo Futaleufu ao fundo)
(a caminho de Trevelin)

Acabou que o tempo estava bem agradável, e o asfalto era bom então fizemos esse trecho rapidamente. Esquel parece uma cidade bem organizada e bem simpática, mais um bom lugar para gastar um dia de bobeira :-). Mas não tínhamos esse dia, então seguimos direto para a rodoviária. Lembram dos mochileiros na fronteira? Pois bem... eles chegaram antes de nós e lotaram os ônibus para Bariloche! Passagem só para o dia seguinte! Ficamos um tempo na rodoviária pensando no que fazer e pesquisando na internet opções de retorno para casa. O Rafael foi conversar com um taxista e negociou um valor para que ele nos levasse para Bariloche. Claro que seria umas 3 vezes mais caro do que ir de ônibus, mas ganharíamos tempo e não teríamos que cumprir uma exigência das companhias de ônibus locais de ter desmontar e encaixotar as bikes para transportá-las.

 (Trevelin)
(a caminho de Esquel)

O Pedro já conhecia Bariloche e não quis seguir. Ele conseguiu um hostel perto da rodoviária e ia organizar o seu retorno para casa a partir de Esquel e de ônibus mesmo. Eu, o Rafael e o Mildo decidimos seguir de taxi mesmo para Bariloche e rachamos o frete em três. Colocamos as bikes amarradas no rack de teto de um Siena e tocamos para Bariloche. Pegamos a autoestrada e quando tinha começado a bater aquele soninho, ouvimos um barulho o teto e sons de metal quicando no asfalto! Pensamos logo no pior e olhamos para trás já imaginando ver bikes pulando no asfalto, mas por sorte isso não aconteceu! O rack de teto não aguentou o peso e soltou, mas as bikes continuaram presas ao teto. Ajudamos o taxista a procurar as peças do rack na pista e a pensar num jeito de continuarmos viagem. Acabamos desmontando o rack , colocando um tapete de borracha e papelões  no teto e prendendo as bikes amarrando-as com uma corda passando pelas janelas do carro. Ficou feio, mas funcionou :-).

 (Será que dá certo?)
 (não... mas agora deve dar :-) )
 (artifício técnico de fixação)

Não bastasse o tanto de aventura, ainda paramos num engarrafamento por causa de um acidente. Fizemos mais uma parada em El Bolson para tomar um lanche. O caminho até Bariloche é muito bonito, e chegamos na cidade contornando um grande lago. Mas a chegada na cidade foi bem decepcionante, pois entramos pela parte feia dela, com direito a lixão e favela. Ficou aquela impresão ruim...

(a caminho de El Bolson)
 (cruzando o vale para Bariloche)
(Olha onde foi o desembarque...)

Paramos em um posto de gasolina, desembarcamos as bikes e bagagens, pagamos o taxista e nos despedimos dele. Seguimos para o centro e procuramos um hotel. Por conta do cansaço acabamos ficando com o primeiro hotel mais barato que encontramos. Deveríamos ter desconfiado quando o cara pediu para pagar adiantado! Acabamos ficando num quarto apertado e com um banheiro bem ruinzinho, mas nessa altura os nossos padrões de exigência estavam bem baixos! Saímos para jantar e na volta começamos a  pesquisar na internet sobre um passeio que o Rafael queria fazer, mas a pesquisa durou pouco e caímos no sono, merecido por sinal!

Resumo do dia: 77km com 620m de altimetria + 280km de carro. Track aqui

4 comentários:

  1. Que susto essa do rack de teto. Puta que pariu, gelei aqui. No mais, ótimo relato e excelentes fotos. Quando eu for, pretendo seguir a carretera pelo Chile e ao fim dela, direto até Santiago. Valeu!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Christian,
    muito bom seu blog//
    parabens .
    gerei um link no meu blog
    http://diariodeviagensdebike.blogspot.com.br/2014/12/relato-detalhado-carretera-austral-blog.html

    Estou planejando essa trilha para 2016 e seu relato e excelente referencia

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