sexta-feira, 30 de julho de 2010

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - conclusão

Bom... segue um post sem muita organização sobre a viagem como um todo. Primeiro vamos aos números:

Distância percorrida: 573km (mais aqueles 15 que eu perdi :-) ).
Total de subidas:  10.950m
Total de horas de pedal: 45h41m
Velocidade média: 12,6km/h

As fotos estão no picasa:

Minhas fotos

Fotos do Pedro

Os tracks estão no Garmin Connect: Dia 1Dia 2Dia 3Dia 4Dia 5Dia 6Dia 7Dia 8. Alguns dias seguimos certinho as planilhas do Olinto, outros dias não... Mas minha recomendação é fazer o caminho do Olinto e não o do Instituto Estrada Real.

Essa viagem foi minha primeira na base do alforge. Acertei em várias coisas e errei em outras:

- Precisei de pouca coisa. Sério. Levei pouca roupa e ainda teve coisa que eu não usei. Ao todo eram 9kg de bagagem.Poderia até ser um pouco menos. Só não esqueça a bermuda de ciclismo no caminho :-).
- Peças de reposição: esquecemos de levar raios e corrente. Eu até comprei mais uma corrente no caminho, mas era 8v (minha bike), e não 9v (bike do Pedro). Levei um pneu extra, que embora fosse de kevlar e pudesse ser dobrado, acho que foi um peso/volume desnecessário. É possivel comprar um pneu 26" em qualquer bicicletaria de bairro, e muito possivelmente, com um pouco de silvertape/cameras velhas vc faz um manchão para chegar na bicicletaria. Fica o tema para discussão :-). Uma dica do Pedro: comprar power link, e se a corrente estourar remendar com power link. Se estourar de novo, ai já tá na hora de trocar :-).
- Mochila de hidratação: tem gente que gosta, e tem quem abomine. Eu fiquei na dúvida e acabei levando a minha. Esquenta um pouco as costas é verdade, mas em nenhum momento foi algo insuportável, ou muito difícil. Como vantagem tem o fato de que eu consigo colocar até 3l nela, e como a água está sempre disponível e fácil eu me hidratava com mais frequencia.
- Relação de marchas: se você vai pra MG faça um favor a você mesmo... use um mega-range ou um 11-34 :-). E se quiser economizar no peso, deixe o coroão em casa. Com alforges, a maneira de pedalar muda, e você sente necessidade de marchas mais leves. Naquelas subidas inclinadas, a roda traseira traciona bem por causa do peso, e não patina, e aí dá para subir no pedal mesmo, desde que tenha marcha para isso.
- Trepidação: os alforges da topeak tem um monte de parafusos, certifique-se de verificar o aperto deles. Perdi alguns pelo caminho. Vale para os demais parafusos também. Por falar neles, é bom levar parafusos extras para a fixação do bagageiro.
- Falando em alforges, principalmente os de nylon: uma agulha adequada e fio dental podem resolver muitos problemas!
- Planejamento: sempre é bom... mas também é bom estar preparado para fugir dele. As vezes o pedal rendia e faziamos mais trechos do que o planejado. As vezes não.

bom... devo editar esse post a medida que for lembrando de mais coisas.

Update 1: Ah sim... leve a nota fiscal do quadro! Vai poupar alguma chateação.

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 8

Na noite anterior, nós havíamos avisado a dona do hotel que gostaríamos de tomar café da manhã bem cedo, e ela nos disse que a partir de 6:30h o café já estaria pronto. Acordei bem cedo, e quando sai do quarto encontrei com ela vindo nos avisar que o café já estava pronto, ou seja, sem chance de dormir até mais tarde :-). Tomamos café, arrumamos as coisas e antes das 8h já estávamos pedalando. O caminho de Cunha até Paraty tem aprox. 46 km, são 23km até a divisa SP-RJ, com quase 1000m de subidas e depois mais 23km da divisa até Paraty, indo dos 1500m de altura até o nível do mar. Então já sabiámos o que nos aguardava: muitas subidas bem inclinadas! Não tinhamos pedalado nem 1km e lá se foram 80m de subidas (eu ando 13km para ir e voltar do trabalho e dá apenas 60m!).







O caminho até a divisa é bem agradável, asfalto bom, arborizado mas com subidas insanas... Chegamos na divisa em 2h30m de pedal. Paramos para um lanchinho e nos preparamos para o downhill que viria a seguir. Logo após a divisa dos estados começa o Parque Nacional da Serra da Bocaina, o asfalto acaba, e começa um trecho de uns 9km de estrada de terra em condições meio precárias (tem até um aviso proibindo a passagem de caminhões).




O tempo que até então estava ótimo começou a mudar. Logo no começo da serra pegamos uma neblina e em seguida um céu bem nublado com algumas nuvens "estranhas" se aproximando. Mais ainda assim estava calor e tinhamos bastante luminosidade.






Entenderam porque o trafego de caminhões é proibido? O motorista acima aprendeu do pior jeito e ainda por cima trancou a estrada nos dois sentidos, então não passava ninguem de carro, nem subindo nem descendo.

Passados os 9km de estrada de terra, alcançamos o asfalto e começamos a avistar Paraty. Daí pra frente seria só alegria (descidas!). Ao nos aproxirmamos de Paraty o tempo fechou e começou uma chuvinha. Até paramos para colocar capas de chuva, mas logo a chuva parou.



Chegando em Paraty fomos direto à rodoviária para retirar as passagens de ônibus que haviámos comprado pela Internet. Fomos até o centro histórico, fotos, vimos o mar e fomos almoçar com calma, pois ainda era algo em torno de 13h e teriamos ainda bastante tempo.







Acima, obras da artista plástica Ana Sierra em uma galeria em Paraty.

Após o almoço fomos procurar um albergue onde pudessemos tomar um banho e logo achamos um. De banho tomado e já prontos para viajar fomos gastar um pouco de tempo em uma lan house. Por volta das 16h fomos para a rodoviária e de lá fui até uma casa de embalagem onde comprei um durex e um papelão para embalarmos as bikes para a viagem.



Na hora de embarcamos tomamos um susto: o motorista não iria embarcar as bikes sem as notas fiscais! Precisamos argumentar um pouco para que ele nos deixasse embarcar. Normas esquisitas... somente nesse trecho nos pediram notas fiscais, pois fomos de Curitiba a Outro Preto, e depois de São Paulo a Curitiba sem precisar das notas. Saimos de Paraty com um atraso de 20min, mas antes de embarcar tomei uns 3 dramins e praticamente só fui acordar em SP. De lá a viagem foi bem tranquila até Curitiba, e apesar de pegarmos um pouco de trânsito na descida da serra de Miracatu, chegamos em Curitiba dentro do previsto, por volta das 6:20h da manhã. As esposas tinham se oferecido para ir nos buscar na rodoviária, mas para quem já tinha pedalado quase 600km, os 2km ou 3km até em casa não iam fazer nenhuma diferença :-). Assim, tiramos a última foto na rodoviária de Curitiba e fomos para casa.



Resumo do dia: 49km com 946m de subidas
Locais: Cunha, Paraty

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 7

Apesar de termos acordado cedo sabíamos que o pedal começaria mais tarde pois teriámos que esperar o comércio abrir para que o Pedro pudesse comprar uma nova corrente (dica: se sua corrente já tem 2mil kms e vc vai viajar, troque ela antes!). Achamos um local onde tinha corrente para 9v, e aproveitei para perguntar se eles teriam raios para a minha roda, pois o downhill de ontem terminou com dois raios quebrados na roda traseira. O vendedor me indicou uma outra bike shop próxima onde eu poderia conseguir os raios, já que a roda usa aqueles raios chatos da vzan. Fomos então até a Vizion Bikes onde o pessoal foi atencioso e fizeram um bom serviço, embora um pouco lento, talvez porque ficamos de papo enquanto trabalhavam :-). No final não consegui os raios chatos, mas também não dá para reparar que tem dois raios cilindricos no meio dos raios chatos.

Quando começamos a pedalar em direção a Cunha já deviam ser algo em torno das 10:30h, mas o pedal ia render, pois o trecho era todo de asfalto. Em pouco tempo chegamos no começo da subida e ai encaramos os muitos kms inclinados até Cunha. A rodovia estava em obras e boa parte da pista estava com aquele asfalto "raspado", que é bem chato de andar...




Chegamos em Cunha e fomos almoçar pois já eram mais de 2 da tarde. Havia a possibilidade de continuar e ir direto a Paraty, mas votei por não fazer isso, pois seria um desgaste desnecessário, e não teríamos luz do dia na descida, logo perderíamos o que eu achava que seria um dos visuais mais legais da viagem. Decididos a ficar fomos nos hospedar. Aproveitamos o tempo para ir à uma LAN house e já providenciar as passagens de volta para Curitiba. A volta seria assim: as 16:40h embarcaríamos de  Paraty para São Paulo, chegando em torno das 22:20h e de lá pegaríamos o ônibus leito das 23:59h para Curitiba. Para que tudo desse certo, seria importante sair bem cedo de Cunha, pois assim chegaríamos com folga em Paraty.




Mais um pouco de hotel, janta, preparativos para o último dia de viagem, e por fim cama.

Resumo do dia: "meros" 49km com 943m de subidas
Locais: Guaratinguetá, Cunha.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 6

Acordamos cedo mas como o albergue não tinha café da manhã saímos em busca de uma padaria. Tomamos café e "conversamos" com um pessoal que estava chegando da balada (bêbados ainda). Saímos de Passa Quatro por volta das 9h e o chefe de fase do dia seria a Garganta do Embaú, ou seja, o ponto de travessia da serra do Embaú.


Durante a subida da garganta do Embaú a corrente do Pedro estourou de novo.Ok... mais um remendo e vamos que vamos. Por fim chegamos ao topo e mudamos de DDD.


Do ponto mais alto, o Cruzeiro, até a Vila do Embaú seria só descida. Como dizem, é uma "descida técnica", ou seja, cheia de pedras, inclinada e difícil :-). A descida vira então um single track e eu fui fritando os freios e batendo os alforges.




Terminada a descida o caminho segue em direção a Cachoeira Paulista, mas não entra na cidade. O único restaurante do caminho não abria no domingo, então fomos obrigados a sair do caminho da Estrada Real para poder almoçar. Acabamos encontrando almoço em um lugar chamado Canas, na beira da via Dutra!
Após o almoço seguimos por umas estradas estaduais até encontrar novamente a ER e de lá seguimos em direção a Guaratinguetá, onde terminaríamos o dia.



Acima, Guaratinguetá e Aparecida.

Chegamos na cidade e fomos tirar a tradicional foto da igreja matriz.




O guia do Olinto indicava um hotel bem em frente da igreja, e como descobrimos que o Bruno, o ciclista japonês estava lá também acabamos ficando nesse hotel mesmo. Ficamos um bom tempo de papo com ele e a noite saímos os três para jantar (pizza).

Quando nós saímos do restaurante, após o almoço, eu esqueci de dar o start no GPS, então o resumo do dia está aproximado.

Resumo do dia: 63km (+ uns 15 sem marcar) com 832m de subidas
Locais: Passa Quatro, Vila do Embaú, Cachoeira Paulista, Lorena, Guaratinguetá

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 5

Iniciamos o dia bem cedo, e ao contrário de outras pousadas, essa de Cruzília tinha um café com leite, suco, pão com manteiga prontos já as 6 e meia, então antes das 8h já estávamos a caminho de Caxambu. O tempo mudou um pouquinho e pegamos um ventinho frio.

No caminho para Caxambu um parafuso que prendia o bagageiro ao quadro quebrou! Tivemos que improvisar com umas abraçadeiras e um pedaço de galho (droga... esqueci de tirar uma foto disso... foi a tensão!). Fiquei preocupado porque achei que o "conserto" não ia aguentar por muito tempo, então diminui um pouco a velocidade e procurei evitar trepidar muito.



No planejamento original, apenas passaríamos por Caxambu mas não entrariamos na cidade, mas para tentar resolver o problema do bagageiro e para comprar outra bermuda de ciclismo (afinal, tinha esquecido a única em Tiradentes!), fomos até o centro da cidade, e lá procuramos a "Metal Bike" (bike shop). Fomos bem atendidos por lá, e enquanto consertavam a bike, aproveitamos para comer um sanduba em uma padaria próxima. O parafuso quebrou dentro do quadro, então o jeito foi passar a furadeira (ai meu quadro...). Com mais tempo e mais recursos talvez tivéssemos conseguido retirar o parafuso sem detonar com a rosca do quadro, mas não tinhamos nem um, nem outro :-(. Então detonou-se o parafuso original e colocou-se outro com uma porca. Fica aqui meu agradecimento ao pessoal da Metal Bike, que além de terem feito o possível para nos ajudar, ainda não cobraram nada, pois eu já havia comprado a bermuda com eles. ah... e ainda por cima era um sábado!




De bagageiro consertado seguimos em direção a Itanhandu. Passamos por um vale bem bonito e eu comecei a me perguntar "como se sai desse vale?". A resposta era óbvia: subindo! E em um subida bem forte o Pedro estorou a corrente da bike dele. Muita óleo nas mãos, alguns elos de reserva que eu havia levado e a corrente foi "remendada". Novo sistema de classificação de subidas: fácil, médio, difícil e quebra-corrente.



O caminho até Itanhandu passa antes por Pouso Alto, e é bem bonito, com direito a uma passagem por outro vale, contornando um morro.




Fizemos uma paradinha em Pouso Alto para um lanche rápido (pizza comprada em Cruzília), um pequeno descanso na pracinha da cidade e toca para Itanhandu!



Escureceu no meio do caminho, mas com nossos faróis não tivemos dificuldades em prosseguir. Chegamos em Itanhandu, mas já decididos a seguir até Passa Quatro, pois nos disseram que a cidade era mais legal, e ficava a apenas 12km de distância por um caminho sem subidas (incrível! era plano mesmo!).



Chegamos em Passa Quatro e aí começou outra parte da aventura: a cidade estava cheia pois haveria festa/show do Leonardo, ou seja, não havia uma única vaga nas pousadas!



Em uma das pousadas a atendente até que foi bem legal e nos ajudou ligando para outras pousadas em busca de vaga. A solução seria voltar a Itanhandu (ah... voltar não!). Como último recurso a atendente se lembrou que havia um Albergue Espírita e que talvez pudessemos passar a noite lá. Fomos atrás do albergue, e descobrimos que era um desses albergues noturnos tipo para andarilhos, sem teto, mas estava vazio e parecia aceitável (padrões do Pedro... eu não vi). Porém tinha um detalhe: para dormir lá, era necessário pegar uma autorização na delegacia de polícia! Fomos até a polícia e pegamos a tal da autorização, mas em conversa com os policiais, eles nos indicaram que havia uma pensão na cidade, e que poderiámos tentar ficar lá.



Fomos até o local onde deveria ficar a pensão, mas ela não existia mais. No entanto, ao entrar em um bar para perguntar, um senhor ouviu a conversa, e disse que o filho de uma senhora estava abrindo um albergue mas não tinha placa nem propaganda ainda, mas nos indicou o local. Fomos ao local indicado e paramos em um bar ("Bar Show de Bola") para perguntar. Coisas estranhas e legais acontecem nos momentos menos esperados... O atendente, chamado Felício, foi super solícito e nos mostrou onde era o albergue e tentou nos ajudar a localizar o dono. No meio dessa confusão toda um outro cara, um sul-africano no Brasil, ouviu a história e até nos ofereceu hospedagem em seu sítio! Como não localizamos o dono do albergue, o Felício sugeriu que fossemos jantar e que na volta o dono já deveria ter voltado. Dito e feito.... jantamos, voltamos, e encontramos o reponsável pelo albergue! O cara era alpinista e costuma levar grupos de alpinistas por trekings de até 4 dias nas serras da região, e estava montando o albergue com um sócio para hospedar esses grupos. Enfim, nos hospedamos. Dai foi só banho e cama, pois já era quase meia noite!

Resumo do dia: 99.5km com 1752m.
Locais: Cruzília, Caxambu, Pouso Alto, Itanhandu, Passa Quatro.

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 4

Conseguimos dormir apesar do sino! Tomamos café um pouco mais tarde do que o usual (isso vai começar a se tornar uma constante...), e fomos fazer a preparação para o pedal do dia, ou seja, comprar água, lanche para o caminho, etc. Abaixo a igreja dos sinos em Cruzília.



Na programação original o quarto dia seria o mais pesado, no entanto, como adiantamos um trecho no dia anterior esse dia ficaria mais "leve" e seria o nosso dia de "descanso". A dificuldade desse trecho é o fato de que são quase 50kms desertos, sem bares ou cidades no meio do caminho, e pra completar o sol estava forte!




O primeiro trecho do caminho foi tranquilo e chegamos no meio do caminho, a fazenda Traituba, ao meio dia. A fazenda já foi uma pousada, mas fechou. Chegando nela pedimos licença ao pessoal de lá e usamos uma espécie de coreto como ponto de descanso, e lanchamos na sua sombra. Enquanto lanchavamos vimos um ciclista passar pela estrada, e acenamos e gritamos para ele, mas ele não nos viu. Devia estar com fones de ouvido.




Mais sol, mais subidas em direção a Cruzília. É impressionante a capacidade desses mineiros em espremer subidas em trechos tão pequenos. No começo eu até pensava "ufa, 1km para chegar no asfalto, essa deve ser a última súbida", ledo engano. E em Minas, a curva é inimiga da esperança (não... a subida não acaba depois da próxima curva).



Chegamos em Cruzília e encontramos o ciclista que passou por nós em um bar: um japonês chamado Bruno e  estava indo de Diamantina para Paraty. Ele estava realmente com fones de ouvido, e no momento que passou por nós estava irritado porque havia se perdido e estava rodando já a uma hora procurando o caminho certo. Seguimos até a igreja matriz, encontramos o Bruno novamente, conversamos um pouco e nos despedimos pois ele iria continuar até Caxambu e nós iríamos ficar em Cruzília mesmo.




Nos hospedamos, aproveitamos o tempo para lavar uma roupa (eu tinha uma calça só, lembram? :-) ), lanchamos, fizemos as compras pro dia seguinte e acessamos a Internet para colocar em dia os emails. Mais tarde jantamos, e comemos a melhor picanha (no arado) da viagem. Por fim colocamos os eletrônicos para carregar (GPS, celular, farol e IPOD) e cama!

Resumo do dia: "apenas" 60km com 1147m de subidas
Locais: Carrancas, Fazenda Traituba, Cruzília.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 3

Durante a noite meu ombro melhorou bastante, o que foi um tremendo alívio, embora o braço direito ainda estivesse meio inútil para alguns movimentos. Saímos de Tiradentes mais tarde do que o costume, pois o café só começou a ser servido as 8h.



Começamos o pedal meio lento, pois é dificil pedalar naquele calçamento irregular. Para variar, nos perdemos um pouco na chegada de São João Del Rei, e para ajudar ainda furei um pneu (droga de fita anti-furos!). Apesar do ombro, troquei a camera sem maiores problemas, só mais lento do que o usual. Passamos por São João Del Rei, tiramos fotos da igreja Matriz e seguimos em direção a São Sebastião da Vitória.



No caminho nos ligaram da pousada avisando que tinhamos esquecido por lá uma bermuda de ciclismo. Droga! Era minha... e eu só tinha levado essa bermuda e uma calça (que era a que eu estava usando). Hm... isso vai ser problema. Aliás, acho que só tem uma coisa pior do que subidas para um ciclista: ter que voltar! Então não voltamos, é claro.

Íamos seguindo o caminho do Olinto e a fome começou a apertar, então "encurtamos" o último trecho até São Sebastião da Vitória seguindo pelo asfalto. Chegando lá descobrimos que a "cidade" é tipo um local de passagem apenas, e a estrada passa no meio da cidade e estava engarrafada devido a obras mais a frente. Sem opções de restaurante, tivemos que nos virar com lanches e experimentamos uma novidade da culinária mineira: pão de queijo recheado. Comi um recheado com carne e outro com frango! Aproveitei que passamos em frente a uma lojinha que tinha xerox, e tirei mais uma cópia das planilhas para dar uma ajuda ao Pedro, que até então vinha fazendo a navegação. Arranjei também um plástico e um papelão que posteriormente foram transformados pela criatividade do Pedro no LPS (vejam as fotos dele para entender :-) ).

Seguimos em direção a Caquende/Capela do Saco, dois municípios separados por uma represa. O caminho era tranquilo e o pedal rendeu.



No caminho passamos por diversos "mata-bikers", que é tipo um mata-burro, mas com as traves no mesmo sentido da estrada.


Chegando em Caquende atravessamos de balsa (uma mistura de pedalinho com trator) para Capela do Saco e quase ficamos por lá, mas como o quarto dia seria pesado, achamos que seria mais jogo forçar um pouco mais e dividir o quarto dia em duas partes.



Lanchamos enquanto batiamos papo com um senhor cujo avô foi tropeiro. O papo tava bom, mas já eram 16:30h então não teríamos muito tempo de luz.



Começamos num ritmo mais forte, mas não teve jeito, começou a escurecer e ainda tinhamos uma serra para cruzar e segundo o guia com trechos de areia fofa (socorro!). Procurei no GPS e achei um caminho que nos levava ao asfalto, então resolvemos seguir por esse caminho. O asfalto aumentou nosso caminho em 3km mas pelo menos atravessaríamos a serra por ele (pelo asfalto :-) ). Eita coisa inclinada...

Chegamos em Carrancas e logo nos hospedamos em uma simpática pousada em frente a pracinha da igreja. Epa... O padre da cidade deve ser bastante musical, pois instalou na igreja um sistema de som imitando sinos que toca de 15 em 15 minutos!! Nem todos os moradores gostam da idéia, segundo descobrimos no jantar. Hm... vaca atolada na janta. Muito bom ;-).

Resumo do dia: 94km com 1744m de subidas
Locais: Tiradentes, São João Del Rei, São Sebastião da Vitória, Caquende, Capela do Saco, Carrancas.