quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Monstrinho

No fim do ano passado eu montei a minha Surly Karate Monkey e usei as peças que estavam na minha híbrida a Giant Seek 2. O quadro+garfo+canote sobraram e eu até pensei em vendê-lo, mas eu gostava do quadro e fiquei com pena de me desfazer dele. Claro que não demorou muito pra eu começar a fazer planos para o quadro :-). Resolvi então montar uma híbrida novamente, mas com alguns "detalhes" a mais. O resultado final foi apelidado carinhosamente de "monstrinho", porque não é uma mtb, não é uma speed, e tb não é exatamente uma híbrida. O quadro tem um desenho de MTB, mas é para pneus 700, tem freios a disco, guidão drop, pedivela de speed (52, 42, 30), e cambio traseiro/k7 de mtb (11-32).

Fiquei bem satisfeito com o resultado final. Anda bem, e ficou bastante confortável! A estréia do monstrinho foi num pedal já tradicional até a colônia Witmarsun (um colega blogou o passeio aqui), o que dá uns 140km. Realmente o guidão drop permite várias "pegadas" diferentes, o que ajuda bastante a evitar o desconforto nas mãos em pedais mais longos. Por enquanto essa é a cara dela:




Uma coisa legal desse quadro é que ele tem furações para bagageiro traseiro, paralamas, e até bagageiro dianteiro! O quadro tb permite pneus mais largos. Hm.. é possível inventar versões ciclocross e touring dela :-)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia: Enfim Ushuaia

Nós chegamos em Ushuaia na noite de quinta-feira e nosso vôo seria apenas no domingo, então teríamos dois dias para conhecer o local. Como estávamos já com aquele clima de fim de festa, parecia que era muito tempo, no entanto, agora que já passou, acho que foi pouco. Poderíamos ter feito mais coisas! Mas até que é bom deixar algo por fazer porque dai tem a motivação para voltar :-)

Na manhã da sexta-feira tivemos que fazer nossa mudança, ou seja, saímos do apart hotel que estávamos e fomos para o outro, onde ficaríamos até a viagem de volta. Uma vez hospedados novamente começamos a organizar o que fazer. Eu queria visitar o Museu do Presídio/Marítimo, e o grupo concordou. Então fomos para lá, mas como a entrada era meio cara, acabou que o Rafael e o Mildo desistiram de entrar. Bom... perderam, vale a visita.










O Ushuaia foi no começo do século uma espécie de "Sibéria" para os Argentinos. Eles construiram lá um presídio para onde mandavam os criminosos julgados mais perigosos e, claro, alguns presos políticos. A cidade foi contruída pelos prisioneiros, já que os que tinham bom comportamento podiam trabalhar fora do presídio. Hoje o presídio é um museu, que conta a história do presídio e como era a vida na região, além de manter maquetes de vários navios que passaram por lá, como por exemplo o "Beagle" (o barco onde estava Charles Darwin).

Depois da visita ao Museu, passeamos pela cidade e tiramos a tradicional foto junto a placa "Ushuaia - fin del mundo", que fica próximo ao porto. Na praça fica também a "cápsula do tempo", um pequeno monumento contendo gravações em videolaser e que deverá ser aberta somente em 2492. Mais adiante fica a baía fechada onde em 1957 um navio-rebocador encalhou a poucos metros da orla e acabou virando atração turística.

 (Foto: Daniel Czaikowski)





Gastamos também algum tempo na cidade vendo as lojas. A noite compramos comida, coca-cola (muitas!), vodka e ficamos no apart, comendo e jogando baralho ("oito maluco").

Na manhã de sábado fomos resolver o problema de como embalar as bikes para o transporte. Curiosamente, plástico bolha é impossível de se encontrar no Ushuaia! Caixas de papelão de bikes são fáceis de conseguir na loja de bikes local, mas acabamos optando por não usá-las, pois é necessário desmontar praticamente toda a bike (duas rodas, bagageiro, banco, garfo, etc...) e não são muito práticas para carregar. Em uma loja de materiais de construção o Rafael achou um material muito legal: uma espécie de espuma fina e resistente que é usada como revestimento de paredes/telhado. Então com esse material, algum papelão e fita adesiva, empacotamos as bikes. Uma dica: leve uma cordinha (nylon por exemplo) para fazer a alça do "pacote", mas na falta dela uma câmara de ar resolve.

 (Foto: Marcos José Valle)
(Foto: Marcos José Valle)

A tarde pegamos uma van para ir até o Parque Nacional Terra Del Fuego, onde termina a "ruta 3". O parque é bem bonito e tem várias trilhas auto-guiadas. Deveríamos ter reservado mais tempo para o parque, ou melhor, deveríamos ter acampado lá! Fizemos uma trilha curta por lá e no caminho aconteceu um negócio engraçado. Paramos em um mirante, e enquanto estávamos de bobeira por lá, chegou um grupo grande de franceses com a guia da excursão. Ela puxou papo com a gente, e ia traduzindo para os franceses. Eles não haviam demonstrado muito interesse até a hora que descobriram que nós haviámos chegado lá de bike! heheh, legal o valor que os franceses dão para o ciclismo! A guia havia levado um licor local para fazer um brinde e nós brindamos juntos. Muito bom o tal do "Legui".

(Foto: Daniel Czaikowski)







 ("Legui". Foto: Rafael Gassner)
(Foto: Daniel Czaikowski)

O resto do dia foi na cidade... o Zé estava doido para provar a "Centolla" (o carangueijo gigante), mas não conseguiu encontrar um local onde o carangueijo fosse servido inteiro, então ele acabou desistindo, e repetimos o programa noturno do dia anterior :-).

Na manhã de domingo, o Daniel acordou cedo e pegou um taxi para o aeroporto pois o vôo dele para o Rio de Janeiro era mais cedo que o nosso. Mais tarde um pouco foi a nossa vez de pedir taxis e ir para o aeroporto.

O aeroporto da cidade fica numa espécie de península na beira do canal de Beagle, e apesar de pequeno é bem bonito, com várias partes de madeira. Quando estávamos chegando lá, vi um turista do lado de fora tirando fotos de cima de um montinho de terra, e achei que seria uma boa idéia fazer o mesmo. Incrível... foram 2 semanas de pedal e caminhada sem nenhum acidente, e eis que ele acontece nas últimas duas horas da viagem! Subi no montinho e quando fui descer torci o pé bem feio! Fiquei mancando, inchou, e incomodou um monte!



(Esse é o montinho assassino!)

A saída do Ushuaia é emocionante.... o avião parece que sobe numa espiral, afinal tem morro dos dois lados! Mas fora isso a viagem foi tranquila. Descemos em Buenos Aires e procuramos o guichê da Gol. Daí tivemos um pouco de chateação! Primeiro não nos deixaram despachar a bagagem pois faltava mais de 3 horas para o vôo, daí quando faltavam menos de 3 horas, tinha uma fila imensa onde ficamos mais de uma hora! Para completar ainda cobraram excesso de bagagem do Rafael (pela primeira vez na viagem). Daí fomos para a aduana e lá tinha outra fila imensa, onde perdemos mais de uma hora novamente! Para completar tinha um grupo de excursão para Disney, com um monte de meninas! Adivinha se não demorou? No fim, praticamente não tivemos tempo de ver o duty free shop :-(

Chegamos em Florianópolis de madrugada e o Paulo estava nos esperando. Fomos para casa da minha mãe, lanchamos e apagamos! Na segunda ficamos para o almoço e finalmente a tarde pegamos um busão para Curitiba.

That´s all folks! Acabou :-).

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia: Tolhuin - Ushuaia

Eu estava um pouco preocupado com o último trecho, pois teríamos que cruzar o finalzinho da cordilheira, e porque como estaríamos novamente pedalando no sentido leste-oeste estaríamos sujeito a um vento contra! No entanto o dono da pousada nos disse que não pegaríamos vento, e que todo o trecho até Ushuaia estava asfaltado, então o que parecia ser difícil ficou fácil :). Acordamos sem muita pressa então, arrumamos as coisas e fomos até a Panaderia La Union para tomar um café da manhã.


Pegamos a estrada e logo começamos a parar, mas dessa vez para as fotos, pois a paisagem começou a ficar muito bonita, a começar pelo Lago Fagnano, e em seguida o Lago Escondido e o Paso Garibaldi (a passagem pela cordilheira). A temperatura é que não ajudou muito, mas nada que um pouco mais de roupa não resolvesse. Ah sim, e pegamos um pouco de vento no primeiro trecho, nada preocupante, mas tava lá ele marcando presença. E assim fomos, deslumbrados pela paisagem e cumprimentando os diversos motociclistas que iam e viam. Antes de começar a subida da serra paramos para um lanche na beira da estrada, e 3km depois descobrimos um restaurante (maldita pressa..)! O restaurante/parada de ônibus era bem simpático e na ficava na beira de um laguinho, onde ficamos para mais uma coca/cerveja.

 (Lago Fagnano)


(Foto: Mildo Ari)




A subida da serra foi tranquila, e paramos diversas vezes para fotos. Já a  descida foi em velocidade :-), e terminamos em um vale comprido que terminaria na entrada da cidade. No meio do caminho fizemos mais uma parada em outro restaurante, mas dessa vez para um sanduíche. Nos últimos 20 kms a bike começou a ficar "pesada", sintoma do cansaço que até então tinha passado desapercebidos. A poucos kms da cidade encontramos um casal de cicloturistas viajando numa tandem. Era o primeiro dia de viagem deles, e estranhei o fato de terem saído tarde da cidade. Mas a surpresa mesmo foi descobrir que eles tinham sérios problemas de visão e mesmo assim estavam iniciando uma viagem de 18 meses até o Alaska!!! Vale a pena visitar o site deles e conhecer mais: http://twoblindtoride.org.







Enfim chegamos ao Ushuaia! Paramos na entrada da cidade para algumas fotos no portal, e seguimos para o centro da cidade. Nesse trecho precisamos dar mais uma reforçada na roupa, pois estava ainda mais frio, e o sol, apesar de ainda não ter se posto, mal servia para iluminar.




 (Foto: Daniel Czaikowski)
(Foto: Daniel Czaikowski)

A primeira impressão da cidade não foi boa... apinhada entre a montanha e o mar; com um trânsito movimentado; e com cara de cidade turística cara. A impressão ficou pior quando fomos procurar onde ficar. A tática de buscar alojamento de bicicleta e retornar ao ponto de encontro não funcionou. Então peguei um folheto que eu havia recebido que listava vários hotéis e pousadas da cidade, e fui procurar algum local onde pudéssemos fazer as devidas ligações telefônicas. Achamos uma loja de eletrônicos/lan house/telefonia, e com a ajuda do Rafael (que tá com o espanhol afinadíssimo) ligamos para vários lugares. Foram 37 tentativas, e nenhuma com vaga! 37!!! Até fui me informar se havia algum evento na cidade, mas não, isso é normal! O Rafael havia conseguido um albergue, que não parecia ser grandes coisas, mas era a única alternativa. No entanto, no caminho passamos num local que parecia ser legal, um pequeno "apart-hotel", e a dona nos ofereceu um apartamento que parecia ser bem legal: dois quartos, sala, cozinha e banheiro e por um preço razoável! Só tinha um problema, só teria estaria vago no dia seguinte! No entanto ela ligou para outro lugar e conseguiu um outro apart para nós para aquela noite. Então resolvemos nosso problema de hospedagem, ficaríamos essa noite no "outro" apart e as duas noites seguintes "nesse" apart :-).


 (Foto: Mildo Ari)
(Foto: Rafael Gassner)

Ah sim... um detalhe sobre Ushuaia: a cidade fica entre a água e a montanha. Então praticamente apenas as duas primeiras ruas paralelas ao mar ficam próximas ao nível do mar, e para chegar nas outras vc tem que subir (e como).

Resumo do dia: 104km. Track aqui.