domingo, 5 de fevereiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia - Villa Tehuelches - Punta Arenas (5o pedal)

Acordamos cedo na estrebaria, levantamos acampamento e fomos para a lanchonete do dia anterior afim de tomar o café da manhã. No caminho, pudemos ver melhor a simpática vila. Após o café, pegamos a estrada.




Pra variar o tempo estava nublado, o vento aumentando e não nos ajudando. No começo do trecho a paisagem volta a ficar um pouco monótona. O tempo começou a piorar, e acabamos parando para colocar roupa de chuva, que veio na forma de um chuvisco que durou uns 40 minutos. A região é de tanto vento a ponto de terem feito um "monumento ao vento"!


 (monumento ao vento)

No dia anterior, um policial havia nos dito que encontraríamos um hotel, uns 40kms depois da Villa. Ainda bem que resolvemos ficar pela villa, pois não encontramos o tal hotel. Apesar do vento e do tempo esquisito parecia estar tudo bem.... Faltando ainda uns 30kms para o destino, chegamos ao Estreito de Magalhões que separa o continente da "Terra do Fogo". Paramos num posto de gasolina/lanchonete para mais um sanduíche e um pequeno descanso. Além do vento, a temperatura tb não ajudava muito.



Como eu disse, "estava" indo bem... Saindo da lanchonete passamos a encarar um vento mais em diagonal (e contra claro!), e um movimento maior de carros que vão/vem de Punta Delgada, onde se faz uma das travessias para  Terra do Fogo. Mais alguns quilômetros pra frente, o Rafael me pede que eu fique de olho nele porque ele estava se sentindo um pouco fraco! Nossa...quando o cara que costuma andar na frente pede isso, é porque o negócio tá feio! Mas no fim, era só falta de glicose mesmo. Um reforço no lanche, ele melhorou e seguimos.


 (Foto: Rafael Gassner)
 (Foto: Daniel Czaikowski)

Faltando ainda uns 15km para Punta Arenas, o segundo "susto". Eu e o Daniel paramos para umas fotos próximo a placa indicativa da "Pinguenera", que visitaríamos no dia seguinte, e logo atrás vinha o Zé. Ele encostou e falou algo que eu não consegui entender por causa do vento, mas logo depois eu entendi: "Ajuda"! A perna direita simplesmente "travou" e ele não conseguia descer da bike. Ajudamos ele a descer da bike e comecei a ficar um pouco preocupado! O Daniel sugeriu que ele alongasse e que massageasse o lado do joelho, o que pareceu ajudar um pouco, mas não resolveu. Eu perguntei se ele queria um "resgate" e ele acabou aceitando. Fui para beira da estrada e na primeira caminhote que eu acenei e sinalizei um pedido de carona, o motorista parou e concordou prontamente em levar o Zé e a bike. Eu já tinha tido que achava os Chilenos muito legais e educados? Mais um ponto para eles :-). Pedi ao motorista que deixasse ele na "Plaza de Armas" (dica: nas cidades chilenas sempre tem uma "plaza de armas", que normalmente é praça central da cidade).

 (Foto: Daniel Czaikowski)
(Foto: Marcos José Valle)

Eu e o Daniel seguimos e alguns quilometros mais a frente encontramos o Rafael e o Mildo, que nos esperavam com uma salvadora garrafa de coca-cola! Já estávamos dentro da área urbana, mas ainda um pouco afastados do centro. Tentamos sair da rodovia e pegar umas vias paralelas, mas acabamos desistindo de tanto zigue-zague e subidas, e voltamos para a rodovia. Chegando a cidade, procuramos a Plaza de Armas e lá estava o Zé nos esperando. Repetimos o ritual de sair atrás de hotel, e acabamos achando um razoável a umas 3 quadras da praça. No hotel procuramos nos informar sobre o passeio a pinguinera, e sobre a balsa que faz a travessia para Porvenir, e fomos surpreendidos pelo fato de que ela não funcionaria na segunda (chegamos em Punta Arenas no sábado, e pretendíamos ficar por lá no domingo). Problemas a vista...

(Plaza de Armas)

A noite saímos para jantar e achamos um restaurante legal. Foi engraçado a surpresa do garçon depois que os 5 ciclistas acabaram com 9 pratos! Depois de uma noite sem um jantar decente e um dia sem almoço, a necessidade por calorias e protéinas é grande :-). Discutimos também o que fazer em relação aos próximos passos da viagem. O Daniel tinha passagem marcada no Domingo, então antes disso teríamos que chegar em Ushuaia. Mas se esperassemos a balsa, seguiriamos viagem apenas na terça-feira e começariamos a pedalar praticamente na hora do almoço, e  talvez o tempo ficasse muito apertado. Poderiamos pegar a balsa no domingo, mas nesse caso não visitaríamos a pinguinera. Acabamos tomando uma decisão intermediária: ficaríamos no domingo, mas procuraríamos um ônibus que nos levasse na segunda até Rio Grande. Assim, recuperaríamos o dia que haviámos atrasado, e ainda ganharíamos outro, que poderíamos gastar no Ushuaia! É um pouco decepcionante apelar para um veículo em uma viagem de bike, mas isso nos permitiria fazer um pouco mais de "turismo" às custas de um pouco de "ciclo".

Resumo do dia: 102km em 6:22h de pedal. Track aqui.

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