terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia - Torres Del Paine

Começamos o dia bem cedo, 6:30h, pois a van que nos levaria a Torres Del Paine sairia por volta das 7:00h. Claro que atrasou um pouco, mas ainda assim saímos cedo e fizemos de van o caminho que tínhamos feito no dia anterior, passando pela entrada de Cerro Castillo. Ao fundo começamos a avistar as formações rochosas, e ao lado os lagos da região. Uma paradinha para fotos e seguimos para a entrada do parque, onde vc precisa preencher uma ficha e (obviamente...) pagar a entrada. O legal é que vc recebe um folheto com os mapas de trilhas, pontos de apoio, etc.


(Foto: Rafael Gassner)
(Foto: Rafael Gassner)

O nosso trekking começaria na frente do Hotel que fica dentro do parque (deve ser "epetacular", mas não sai por menos de 300 dólares a noite) e estaria dividido em duas etapas. A primeira sobe até a entrada de um vale, segue um pouco por dentro dele até o primeiro local de camping e lanchonete, e depois seguiria até a base da montanha, onde fica um segundo camping mais selvagem, e o ataque propriamente dito até a base das torres.

O primeiro trecho foi feito debaixo de bastante sol e calor. Chegando no camping, aproveitamos um lugarzinho em umas mesas de madeira para fazer um lanche. O parque recebe uma quantidade grande de turistas de toda a parte do mundo, e de todos os tipos! Encontramos montanhistas, famílias e 3a idade e todo mundo subindo até as torres!




Seguindo após o lanche, o caminho fica um pouco mais fechado, com mais presença de árvores e sombra. AO chegarmos na base da montanha, paramos para reforçar a roupa, pois nesse ponto o vento começa a soprar forte. O tempo fechou um pouco também, ficando bastante nublado. A subida é meio puxada, e o final dela é feito em um terreno bastante pedregoso. Parece que vc está andando em cima de escombros, mas com o visual é espetacular, e ainda tem a promessa de ver o lago e as torres.



(Foto: Mildo Ari)

Quando finalmente alcançamos o topo, demos de cara com as Torres Del Paine e um lago verde. O visual é de tirar o fôlego mesmo! Ficamos um bom tempo admirando o local.





(Foto: Mildo Ari)

O retorno foi tranquilo, mas as pernas sinalizaram que haveriam consequências :-). Paramos novamente no camping para mais um lanche e seguimos para o ponto de encontro em frente ao Hotel. O cara da van havia dito que estaria nos esperando a partir das 17:30h. Chegamos um pouco antes. Tempo suficiente para uma coca-cola, e logo encontramos o motorista. Na volta, rolou aquele cochilo bacana na van :-). Ao chegar em Puerto Natales, ainda saímos para jantar e comprar provisões para o dia seguinte, que prometia ser longo.





Saldo do dia: 21km de caminhada. Track aqui.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia - De Cerro Castillo a Puerto Natales (3o pedal)

Que bom foi dormir sem o barulho do gerador e do vento :-). Acordamos sem muita pressa pois o trecho do dia seria curto, mas a temperatura havia caído desde o dia anterior! Deixamos a pousada, passamos no El Ovejero para comprar os suprimentos para o dia, e começamos o pedal já encarando um bocado de vento. Percorremos apenas alguns poucos kms e paramos em um ponto de ônibus (que é uma casinha que te protege do vento) para reforçar o vestuário, pois estava bem frio. Logo em seguida encaramos uma subida um pouco ingreme mas curta e a estrada entra num vale, com um relevo suave e protegido do vento! E bastante bonito também. Foi muito bom deixar as paisagens áridas para trás e curtir um pouco de verde. No caminho paramos em uma pousada/restaurante para tomar um chá e nos aquecer.


(Foto: Daniel Czaikowski)

Foi um pedal tranquilo e até diria agradável, se não fosse o frio (suportável no entanto). Além da beleza natural do lugar, surprendeu um terreno com arames farpados e placas de perigo avisando que se tratava de um campo minado! Na época do Pinhochet, Chile e Argentina quase chegaram a uma guerra, e o Chile criou alguns campos minados próximos as fronteiras com a Argentina.


 (A viagem pode causar estranhos efeitos colaterais, como por exemplo, sentar a beira de um lago para discutir a relação com a sua touquinha de pinguim! Foto: Rafael Gassner)



Chegamos em Puerto Natales relativamente cedo e não tivemos problemas para encontrar um hostel/pousada. Seguindo dicas dos locais, saímos para almoçar no restaurante recomendado, e usamos o resto da tarde livre para rodar pela cidade e fazer algumas compras. Teve uma galera animada com a loja da North Face e preços melhores do que no Brasil :-).



(O grande é conhecido como Milodon, e era uma preguiça gigante pré-histórica!)

A noite o resto do grupo ainda saiu para experimentar um prato com centolla (o carangueijo gigante, típico da região). Eu estava afim de sossego e não estava com fome, então acabei ficando pela pousada mesmo. No dia seguinte iriámos caminhar em Torres Del Paine, e fechamos com uma van da própria pousada.

Total do dia: 60.5km. Track aqui.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia - De Tapi Aike a Cerro Castillo (2o pedal)

Depois de uma noite mais ou menos bem dormida (mais pra uns, menos para outros :-) ) levantamos por volta das 7:30h e rapidamente desfizemos o acampamento. Foi o tempo certo para que a pequena lojinha do posto de gasolina abrisse e pudéssemos tomar um café da manhã (quer dizer... suco e bolachas).


(Foto: Rafael Gassner)
(Foto: Mildo Ari)

Pegamos a estrada (agora de volta ao asfalto) em direção a fronteira com o Chile e no caminho passamos por um pequeno hotel que estava marcado no GPS. Ainda bem que resolvemos acampar, porque o hotel estava abandonado. Nesse trecho de estrada pegamos muito vento contra. A média de velocidade caiu bastante e a falta de uma alimentação adequada no dia anterior piorou as coisas. Progredíamos com alguma dificuldade entre 10 e 12km/h e fazendo força como se estivéssemos subindo uma ladeira. Fizemos umas duas paradas para comer, descansar e reagrupar antes de chegarmos na fronteira.

 (Foto: Mildo Ari)
 (Foto: Daniel Czaikowski)

Passamos pela aduana do lado argentino e encaramos mais alguns poucos kms de rípio até chegar na divisa com o Chile e na aduana chilena. Uma coisa legal que descobrimos é que os guardas costumam ser menos rigorosos com os ciclistas. Principalmente do lado chileno, é necessário preencher papéis e até mesmo passar as babagens pelo Raio-X. Obviamente que não ficamos livres dos papéis, mas em nenhum momento encrencaram com as babagens ou sequer pediram para passar pelo Raio-X!


(Foto: Daniel Czaikowski)
(Foto: Mildo Ari)

Alguns poucos metros depois da aduana, ficava uma lanchonete/parada/loja chamada El Ovejero onde paramos para um café, e fazer câmbio (eu pelo menos não tinha um peso chileno!). A nossa programação inicial era seguir até Puerto Natales, mas isso representaria mais uns 60km, os quais não sabíamos em que condições de vento seriam, então acabamos optando por ficar em Cerro Castillo, mesmo que isso representasse um atraso de um dia no nosso cronograma (isso teria uma consequência mais tarde!).

Cerro Castillo é bem pequeno, e apesar de estar na rota para quem vai a Torres Del Paine, tem poucas, na verdade acho que apenas duas, opções de hospedagem: uma bem "simples" e outra bem legal. Ficamos na opção legal: uma pousada bastante aconchegante, do tipo que eu gostaria de voltar com a esposa. Nos hospedamos, e em seguida voltamos no El Ovejero para um lanche e algumas comprinhas (sim... me fizeram comprar a touquinha de pinguim para tirar a foto!).

 (Foto: Daniel Czaikowski)
(Nossa Pousada. Foto: Marcos José Valle)
(Foto: Daniel Czaikowski)

Optamos por jantar na própria pousada e comemos um salmão muito bom. Compensamos assim toda a dificuldade que passamos para percorrer os últimos 200km desde El Calafate:-). Como repetiríamos no resto da viagem: um dia no lixo e outro no luxo!

(Foto: Atendente. Câmera do Daniel Czaikowski :-) )

Total do dia: 57km em 5h de pedal! Track aqui.

Expedição El Calafate - Ushuaia - De El Calafate a Tapi Aike (1o pedal)

Finalmente o primeiro dia de pedal! Saímos relativamente tarde, mas na hora combinada (por volta das 9h da manhã). Antes de sair, coloquei minha idéia em prática: que gelzinho e barrinha de cereal que nada, eu quero é empanada! Dito e feito, abastecemos os alforges com empanada e começamos a pedalar. Logo na saída encontramos um cicloturista francês, que estava indo para El Chaiten. Fizemos algumas paradas no trecho que já haviámos percorrido (caminho para o Aeroporto) para tirar algumas fotos do Lago Argentino, e seguimos por um asfalto bom, a uma velocidade confortável.




Os primeiros 50kms se passaram sem muitas novidades, a não ser é claro a empolgação de finalmente começar a nossa viagem. Nesse trecho encontramos outro cicloturista, dessa vez suiço, que estava vindo de Tapi Aike (nosso destino), e aproveitamos para obter algumas informações da trecho. No final dessa parte começamos o primeiro desafio do dia, que era a subida de uns 600m de altura (estávamos a 400m e iríamos a 1000). O ritmo obviamente caiu, mas tudo bem. Já quase chegando ao topo, o tempo fechou e ameaçou chuva, mas em vez disso o que caiu foi um granizo fininho! Ainda bem que durou pouco.

 (Cicloturista Suiço que encontramos pelo caminho)
(Foto: Rafael Gassner)

Já no topo pegamos um bocado de vento a favor, e foi uma beleza andar a 35km/40km por hora com a bike carregada! Mas uma hora acaba... chegamos a uma localidade chamada El Cerrito. Imaginei que tivesse algum tipo de posto de gasolina por lá, mas o que eles chamam de "posto de servicio" na verdade é um alojamento/depósito para os funcionários que cuidam da rodovia. Paramos lá para pedir água, e o funcionário nos contou um pouco sobre o local e o que fazem. Nem imagino como deve ser acordar as 4h da manhã no inverno, com um frio de 20 abaixo de zero, para limpar a neve da estrada com um trator! Nesse ponto saímos da estrada principal, asfaltada, pra pegar um trecho de 70km de rípio ("um pouco ruim no começo mas muito bom no meio" segundo o funcionário).

(Posto de Serviços em El Cerrito. Foto: Rafael Gassner)
(praticamente um oásis!)

Aqui colocamos a prova as bikes, as pernas, e o psicológico! Foram quilômetros e quilômetros de nada. Planícies longas e amareladas, sem nenhuma árvore e sol. Eu olhava o horizonte e via a estrada se estendendo por uns 2 ou 3 km até a próxima pequena elevação. Quando chegávamos nesse ponto, o visual se repetia :-). No entanto algumas fotos muito legais foram feitas nesse trecho! Assusta também a ausência de presença humana. Vimos umas duas fazendas apenas, e entradas para algumas outras (as quais não se via a sede). Nos últimos kms começamos a encarar um vento contra, e apesar de ainda termos alguma luminosidade a temperatura começou a cair bastante.


 (Foto: Mildo Ari)

(Essa é pra capa da revista :-). Foto: Daniel Czaikowski)

Foi um tremendo alívio ver as luzes da localidade de Tapi Aike, e a estrada asfaltada ao fundo. Imaginávamos também que haveria uma pousada em algum lugar por lá, mas só o que encontramos foi outro posto de serviço, um posto policial, e do outro lado da rua um pequeno posto de combustível com uma lojinha, mas que já estava fechado. O pessoal do posto de serviço já está acostumado com a presença de cicloturistas e até já tem um espaço preparado para acampar. Quando chegamos lá encontramos um casal de ciclistas alemão/suiça que já havia ocupado esse espaço, mas o funcionário nos indicou um barracão e um gramado que poderiámos utilizar. No começo do dia, eu tinha esperanças de não ter que acampar, mas ao chegar lá, era tudo o que queria :-)! Armamos as barracas e em seguida fizemos uma janta fria com o que tínhamos.


(Tapi Aike ao fundo)

Nessa região, não é comum ter energia elétrica trazida de longe por fios como no Brasil, e o usual é a utilização de geradores em cada local! Fomos dormir ao som de um.... mas graças ao cansaço, eu devo ter ouvido ele por uns 5 minutos apenas. De madrugada choveu um pouco e esfriou, o que me fez acordar para colocar um pouco mais de roupa, mas o frio não chegou a ser um problema (pra mim pelo menos).


Fechamos o dia com 159km, e 1327m de altimetria. Track aqui.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Expedição El Calafate - Ushuaia - Perito Moreno

Após uma boa noite de sono e um bom café da manhã (que foi coisa meio rara na viagem), saímos para visitar o  Glaciar. A princípio iriámos de ônibus, mas descobrimos que não tem ônibus a toda hora pra lá (só um horário de manhã), então como estávamos em 4 pessoas, acabava ficando um valor razoável ir de taxi mesmo, o que é bastante cômodo, pois o taxista te leva lá, fica te esperando e depois de trás de volta pro hotel.

Chegando no Glaciar o taxista nos disse que poderíamos fazer o passeio de barco no lago, e acabamos aceitando a sugestão. De fato é legal, mas como descobrimos depois, a vista das passarelas dentro do parque é bem legal também, então o barco não acrescenta tanta coisa a mais não. Como era de se esperar, faz um frio danado lá :-).

 (foto: Daniel Czaikowski)
 (foto: Daniel Czaikowski)
 (foto: Daniel Czaikowski)

Esse foi o treking que não fizemos :-( (foto: Daniel Czaikowski)

Fizemos o passeio de barco, retornamos ao taxi, e seguimos para outra parte do parque, de onde vc pode ver o Glaciar dos mirantes e passarelas. É realmente impressionante a quantidade de gelo. Não vimos nenhuma grande quebra de pedaços de gelo, mas mesmo as pequenas quebras impressionam pelo barulho. Muitas fotos depois retornamos ao taxi e voltamos para a cidade.





 Pedaço de gelo caindo  (foto: Daniel Czaikowski)
 (foto: Daniel Czaikowski)

O Rafael, que estava em Buenos Aires, chegou a noite e saímos todos para jantar. Ao retornamos para o hotel recebemos a boa notícia que a bike do Daniel havia chegado, então finalmente estava tudo certo para iniciarmos o pedal!