domingo, 6 de fevereiro de 2011

Expedição Trilha do Telégrafo - Dia 2

O segundo dia seria o grande dia, pois iríamos encarar a trilha do telégrafo propriamente dita, e seria o dia com maior quilometragem da viagem. Acordamos cedo e tomamos o café da pousada. hm.. o pão era muito bom! Carregamos as mochilas de hidratação, arrumamos os alforges, protetor solar e pegamos a estrada. Parte do percurso haviámos feito no dia anterior, mas a temperatura do começo do dia ajudou e percorremos ele rapidamente. Entramos na estrada que nos levaria a um bar/lugar chamado Batuva, próximo ao começo da trilha. A estrada estava em obras em alguns trechos e cruzamos com caminhões e uma niveladora. No caminho o Mildo e o Pedro ainda aproveitaram para mais um mergulho em um rio. 


Chegamos no Bar e ele estava fechado! Uma senhora veio nos atender e disse que o filho do dono estava lá, mas saiu e deveria voltar logo. Muito hospitaleira, ela nos trouxe um garrafão com água frequinha para abastecermos as caramanholas e mochilas de hidratação, e em retribuição o Mildo deu barrinhas de cereais para a criançada que a acompanhava. O dono do bar apareceu e conseguimos comprar um coca-cola :-). Enquanto estávamos por lá aproveitamos para fazer uns sanduiches com o pão e salame que haviámos comprado. Re-abastecidos confirmamos com os locais o caminho para a trilha e partimos.

 
Eu não sabia muito do que esperar da trilha... tinha ouvido algumas histórias do tipo "demoraram 3 dias para fazer de jipe", então estava imaginando o lamaçal que seria! Mas também tinham nos dito que não chovia a alguns dias, então era bem possível que a trilha estivesse "seca". Bom, nem oito nem oitenta! A trilha tem lama em alguns trechos. É pedalável em alguns trechos e em outros não (Talvez o Rafael diga que ela é quase toda pedalável!). Então fiquei naquele pedala, desce, empurra, sobe e pedala. A essa altura o sol e calor estavam castigando. Em alguns trechos da trilha apareciam uma espécie de estrado de troncos, isto é, troncos roliços colocados horizontalmente, para impedir que o que passar por lá atole.




No meio da trilha paramos para tirar um pouco da lama dos câmbios traseiros. Logo mais a frente fui passar no que parecia ser um gramado e atolei até o joelho! Mas para frente assisti de camarote um tombo inusitado do Rafael, bike para um lado, biker para o outro.... Só que o outro lado era um barranco e o rio!



Chegamos ao ponto da trilha onde aparecem os postes do antigo telégrafo, e paramos para algumas fotos. O final da trilha ainda nos esperava com uma surpresa: voltamos a andar sobre os troncos, só que eles estavam submersos em uma grande poça de água quente. Ora pelo calcanhar, ora pelo meio da canela! E por fim, 5.4km de trilha, chegamos à escola rural que marca o fim da trilha. 

(tinha que ter junto um "poste" se alugando...)

De volta a estrada de chão, percorremos uns poucos quilometros até achar um rio para nos refrescar e limpar um pouco as sapatilhas que estavam cheias de terra e lama. Mas para frente um pouco achamos uma pequena vila e uma vendinha, onde tomamos um refri/cerveja. Como não tinha água mineral acabamos não repondo nossa água... grande erro! 



Até o Ariri seriam mais 30km, e sem nada no caminho! Começamos o caminho até lá debaixo de muito sol e muito calor. Estrada de chão com um sobe e desce. Eu havia dado um pouco da minha água pro Pedro e lá pelos 15kms percorridos a água acabou e começou a bater um pouco de desespero. Havia a possibilidade de encontrarmos algum rio no caminho, embora não parecesse naquele momento. Meio resignados decidimos ir tocando devagar, afinal seriam mais uns 15km, o que não é uma distância tão grande assim. Mas tivemos sorte e poucas centenas de metros depois do desespero achamos um riacho! Paramos para um mergulho e "ah que se dane... vai ser água daqui mesmo!". Enquanto me preparava para descer até o riacho vi um caminhoneiro parar, descer do caminhão e jogar fora a água que estava na garrafinha plástica dele, e em seguida descer do outro lado da estrada. Opa! ali era o local certo para pegar água! Abastecemos lá nossa água, mas por via das dúvidas ainda colocamos o clorin que o Mildo havia levado (nota mental: comprar clorin... pode ser salvador!).


Percorremos o resto do trecho revigorados pela água. Ao longe uma tempestade se formava, mas parecia que ia ficar restrita apenas a serra que estavamos contornando (o que aconteceu). Chegamos finalmente ao Ariri e nos informamos sobre as opções de hospedagem. Resolvemos pagar um pouco mais caro (45 por pessoa!) por quartos com ar condicionado. Ao chegarmos faltou luz no local, mas por sorte o dono da pousada tinha um gerador! Tomei um bom banho. Como saiu terra! :-) Aproveitamos também para lavar algumas peças de roupa, secar as sapatilhas, e passar uma água nas bikes que estavam com um crosta de lama nos freios e nos câmbios.


(foto by Mildo)

Jantamos um peixe (e um feijão que estava muito bom!) em um restaurante na beira dágua. Como os celulares não funcionavam lá precisamos usar um orelhão para poder mandar notícias para casa. Como de costume, fizemos as compras pro dia seguinte e fomos dormir. Haviámos combinado com o dono da pousada que ele nos levaria até a Barra do Ararapira pela manhã de voadeira. 


(foto by Mildo)

2 comentários:

  1. Um legitima EXPEDIÇÃO essa aventura, legal mesmo, depois disso o resto vira PASSEIO.

    JOPZ

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  2. \o/ show....em outubro sou eu, mas com destino à Rio de Janeiro, via BR-101!!! Parabéns pela aventura...me ajudou bastante o relato de vcs!!!Aqui é o Marcus Sargento da Aeronautica, já pedalamos juntos, hehe, abço! Ahh, alguma dica!!!!

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