quinta-feira, 29 de julho de 2010

Estrada Real: Ouro Preto a Paraty - Dia 5

Iniciamos o dia bem cedo, e ao contrário de outras pousadas, essa de Cruzília tinha um café com leite, suco, pão com manteiga prontos já as 6 e meia, então antes das 8h já estávamos a caminho de Caxambu. O tempo mudou um pouquinho e pegamos um ventinho frio.

No caminho para Caxambu um parafuso que prendia o bagageiro ao quadro quebrou! Tivemos que improvisar com umas abraçadeiras e um pedaço de galho (droga... esqueci de tirar uma foto disso... foi a tensão!). Fiquei preocupado porque achei que o "conserto" não ia aguentar por muito tempo, então diminui um pouco a velocidade e procurei evitar trepidar muito.



No planejamento original, apenas passaríamos por Caxambu mas não entrariamos na cidade, mas para tentar resolver o problema do bagageiro e para comprar outra bermuda de ciclismo (afinal, tinha esquecido a única em Tiradentes!), fomos até o centro da cidade, e lá procuramos a "Metal Bike" (bike shop). Fomos bem atendidos por lá, e enquanto consertavam a bike, aproveitamos para comer um sanduba em uma padaria próxima. O parafuso quebrou dentro do quadro, então o jeito foi passar a furadeira (ai meu quadro...). Com mais tempo e mais recursos talvez tivéssemos conseguido retirar o parafuso sem detonar com a rosca do quadro, mas não tinhamos nem um, nem outro :-(. Então detonou-se o parafuso original e colocou-se outro com uma porca. Fica aqui meu agradecimento ao pessoal da Metal Bike, que além de terem feito o possível para nos ajudar, ainda não cobraram nada, pois eu já havia comprado a bermuda com eles. ah... e ainda por cima era um sábado!




De bagageiro consertado seguimos em direção a Itanhandu. Passamos por um vale bem bonito e eu comecei a me perguntar "como se sai desse vale?". A resposta era óbvia: subindo! E em um subida bem forte o Pedro estorou a corrente da bike dele. Muita óleo nas mãos, alguns elos de reserva que eu havia levado e a corrente foi "remendada". Novo sistema de classificação de subidas: fácil, médio, difícil e quebra-corrente.



O caminho até Itanhandu passa antes por Pouso Alto, e é bem bonito, com direito a uma passagem por outro vale, contornando um morro.




Fizemos uma paradinha em Pouso Alto para um lanche rápido (pizza comprada em Cruzília), um pequeno descanso na pracinha da cidade e toca para Itanhandu!



Escureceu no meio do caminho, mas com nossos faróis não tivemos dificuldades em prosseguir. Chegamos em Itanhandu, mas já decididos a seguir até Passa Quatro, pois nos disseram que a cidade era mais legal, e ficava a apenas 12km de distância por um caminho sem subidas (incrível! era plano mesmo!).



Chegamos em Passa Quatro e aí começou outra parte da aventura: a cidade estava cheia pois haveria festa/show do Leonardo, ou seja, não havia uma única vaga nas pousadas!



Em uma das pousadas a atendente até que foi bem legal e nos ajudou ligando para outras pousadas em busca de vaga. A solução seria voltar a Itanhandu (ah... voltar não!). Como último recurso a atendente se lembrou que havia um Albergue Espírita e que talvez pudessemos passar a noite lá. Fomos atrás do albergue, e descobrimos que era um desses albergues noturnos tipo para andarilhos, sem teto, mas estava vazio e parecia aceitável (padrões do Pedro... eu não vi). Porém tinha um detalhe: para dormir lá, era necessário pegar uma autorização na delegacia de polícia! Fomos até a polícia e pegamos a tal da autorização, mas em conversa com os policiais, eles nos indicaram que havia uma pensão na cidade, e que poderiámos tentar ficar lá.



Fomos até o local onde deveria ficar a pensão, mas ela não existia mais. No entanto, ao entrar em um bar para perguntar, um senhor ouviu a conversa, e disse que o filho de uma senhora estava abrindo um albergue mas não tinha placa nem propaganda ainda, mas nos indicou o local. Fomos ao local indicado e paramos em um bar ("Bar Show de Bola") para perguntar. Coisas estranhas e legais acontecem nos momentos menos esperados... O atendente, chamado Felício, foi super solícito e nos mostrou onde era o albergue e tentou nos ajudar a localizar o dono. No meio dessa confusão toda um outro cara, um sul-africano no Brasil, ouviu a história e até nos ofereceu hospedagem em seu sítio! Como não localizamos o dono do albergue, o Felício sugeriu que fossemos jantar e que na volta o dono já deveria ter voltado. Dito e feito.... jantamos, voltamos, e encontramos o reponsável pelo albergue! O cara era alpinista e costuma levar grupos de alpinistas por trekings de até 4 dias nas serras da região, e estava montando o albergue com um sócio para hospedar esses grupos. Enfim, nos hospedamos. Dai foi só banho e cama, pois já era quase meia noite!

Resumo do dia: 99.5km com 1752m.
Locais: Cruzília, Caxambu, Pouso Alto, Itanhandu, Passa Quatro.

6 comentários:

  1. Boa, se livraram do albergue espirita padrão "Pedro". Tô aqui imaginando os limiares do rapaz!!

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  2. Os padrões geralmente "aceitáveis" são geralmente abalados por:cansaço, desespero,....

    Até aqui fico imaginando que logo, logo vocês iriam precisar de uma autorização do cindacta

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  3. Fiquei preocupado porque achei que o "conserto" não ia aguentar por muito tempo, então diminui um pouco a velocidade e procurei evitar trepidar muito.

    Agora conta a verdade: como é que se faz para andar com menos trepidação? Levitação por acaso 8-)

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  4. Nah... levitar ainda vai demorar algumas viagens para eu conseguir aperfeiçoar. Mas andando mais devagar e escolhendo melhor as linhas, a trepidação, ou pelo menos, a intensidade dela diminui né?

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  5. onde fica essa cava da primeira foto?
    ta "geotagueada" a foto?

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  6. A cava fica em um trecho entre cruzília e Caxambu. Alguns kms antes de chegar no asfalto que leva a Caxambu. Não geotageei as fotos não... embora eu tenha o track do GPS, então "teoricamente" seria só usar um programa para juntar as informações do track com as fotos.

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