segunda-feira, 19 de abril de 2021

Circuito das Araucárias (parte 1)

 Por razões diversas as cicloviagens deram um tempo, mas a vontade de viajar não, então nada melhor do que uma viagenzinha "clássica" para retomar as atividades (e o blog tb)! Fazia algum tempo que eu queria fazer um ciclotour tradicional (sim... alforges, barraca, panelas, etc) e encontrei um louco parceiro novo disposto a encarar o desafio. Depois de algum debate com o Cassiano sobre o roteiro, acabamos convergindo para o Circuito das Araucárias, mas devido a questões de tempo e logística, não daria pra fazer o circuito inteiro então optamos por fazer os trechos mais legais e emendar com um retorno pedalando para Curitiba. Fechamos então uma programação de 4 dias assim:

- Dia "0": sexta a noite, carro até São Bento do Sul.

- Dia 1: trechos 1,2 e 3 do Circuito, ou seja, descida até Corupá e pernoite no "começo" da subida do trecho 4, ali na região do Parque das Aves.

- Dia 2: trechos 4 e 5,  com pernoite em Campo Alegre

- Dia 3: trecho 6 até a Cachoeira Salto do Engenho e dali seguir até Agudos do Sul

- Dia 4: de Agudos do Sul até Curitiba


(visão geral do roteiro)


A sexta-feira foi meio tumultuada e com zilhões de coisa para resolver (vai ter consequências...). Encerrei o expediente, fui buscar a Cléo (esposa do Cassiano e motorista de apoio!), fomos pra casa do Cassiano e terminamos de carregar o carro para pegar a estrada. Claro que atrasamos então em vez de chegar montar acampamento para depois jantar, mudamos a ordem para passar na cidade, pegar uma pizza e seguir pro acampamento :-). Nosso destino do dia foi o Sítio Ponte de Pedra (Pousada/Camping).

O dia amanheceu bem nublado, mas a perspectiva era boa e o tempo ia melhorar. Começamos a desmontar o acampamento e ao abrir o carro para guardar as coisas me dou conta que esqueci "só" uma coisinha... o capacete!!! O pior é que eu uso capacete até pra dar uma voltinha na quadra, então pedalar sem é como se estivesse andando pelado (não experimentei ainda, mas imagino a sensação). A dona da pousada foi bastante  prestativa e nos ajudou a ligar/contactar as lojas da cidade pra ver quem tinha capacete, mas por conta das restrições adotadas pela cidade durante a pandemia foi bem difícil falar com lojistas já que vários deles estavam fechados. Quando estava quase desistindo, conseguimos na última loja encontrar ajuda.


(bikes ainda em modo transporte)

(acampamento no sítio Ponte de Pedra)

Partimos pra loja, comprei o capacete e de lá preparamos as bikes para finalmente começar o pedal! De lá a Cléo voltaria pra Curitiba com o carro, então nos despedimos e bora pedalar!

Pedalamos só umas duas quadras antes de ter que parar e resolver problema :-(. Sabe aquela história de fazer um pedalzinho na cidade com todo o material para testar? Pois bem... O Cassiano até tinha feito, mas ao desequipar e equipar a bike após o transporte, o suporte pra barraca dianteiro ficou pressionando os cabos de freio/câmbio e foi necessário reajustar tudo e mesmo assim acabou não ficando perfeito e ele "perdeu" algumas marchas. Mas era hora de pedalar... que falta faria algumas marchas em um circuito que é só pirambeira? :-).




(ainda na parte que desce!)

Os primeiros quilômetros foram por terreno já conhecido e que eu gosto bastante. Algumas paradas para fotos e bastante descida até cruzar o Rio Vermelho. E aí começa a primeira "pegadinha" do circuito, porque embora São Bento esteja a 830m de altitude e Corupá a 70m, ao terminar de descer você está em um  vale e a rota das cachoeiras está em outro! E no meio tem uma subida de uns 6km! No começo da subida a temperatura estava castigando, então quando o tempo fechou e choveu um pouco, nem reclamamos!


(rio... a partir de agora 6km de subida!)

Após a subida bateu uma fraqueza pois como começamos o pedal tarde, já havia passado bastante do almoço e estávamos só com o café da manhã (e uma barrinha ou outra). Mas conseguimos chegar na entrada da rota das cachoeiras, e embora não fossemos visitá-las, paramos no boteco que fica na entrada para uns merecidos pastéis (era o que tinha...).

Com o meio tanque preenchido, tocamos em direção a Corupá e chegando na cidade paramos para comprar o jantar e nos preparar para o segundo perrengue do dia: não sabíamos onde iriamos dormir :-). Por conta da pandemia, nós conseguimos reservar o dia "0" e o segundo dia, mas esse dia não! Antes da viagem tínhamos feito contato com um lugar que apesar de fechado nos ofereceu o "pasto" para acampar. O plano era tentar algum camping na região, mas se desse errado ia ser o pasto mesmo!

Pegamos a subida pelo lado do Rio Natal e ao chegar na região do Parque das Aves tentamos os primeiros dois campings e ambos estavam fechados! A noite chegou, acendemos farol e continuamos na subida e na busca por  um lugar pra acampar. E não é que demos sorte? Na última opção antes do "pasto", paramos num local e o proprietário deve ter ficado com pena da gente, pois apesar das restrições aceitou que acampássemos lá. Gostaria muito de fazer os devidos agradecimentos em público, mas pra não complicá-lo, não o farei :-(.

Dia puxado, então o negocio foi banho, rango e montar acampamento! 




(pra quem ia dormir no pasto, tá um luxo!)

Saldo do dia 1: 68km com 1027m de altimetria!

Segundo dia de pedal não começou cedo (de novo) como deveria, mas apesar do chefe de fase que seria a primeira subida, a quilometragem era relativamente baixa. Não deu nem tempo pras pernas acordarem e já estávamos subindo. Já havia subido esse trecho duas vezes mas com carga é bem pior! Apesar do progresso lento, conseguimos vencer a subida e como prêmio ganhamos vistas bem legais dos mirantes.

(desconfio que esse era o pasto...)
(sobe)

(sobe mais e fervendo)


Do final da serra até o povoado do Rio Vermelho ainda tem um bocadinho de chão e a expectativa era encontrar algum lugar pra comer. Demos sorte de novo e achamos o "Delícias da Sandra", que apesar de não ser um restaurante, proporcionou um bom lanche.

Apesar de termos subido a serra, pra chegar em Campo Alegre tem mais uma "serrinha" no meio e com as pernas já moídas, a sensação era de que era bem inclinada! Mas deu tudo certo e chegamos em Campo Alegre. Passamos no marco/inicio dos trechos 4 e 5, paramos na cidade para abastecer a água e seguimos para a pousada do dia: Casa Antiga.

(centro de Campo Alegre, fim/inicio de trechos)
(Casa Antiga)
(rio ao lado da casa)

O espaço da pousada é interessante: passa um rio no meio, tem chalés para alugar, um restaurante e a tal da casa antiga onde funciona a pousada. Como só tínhamos nós, cada um ficou com um quarto imenso! E o que é melhor: janta e café da manhã incluido! Daí ficou fácil... banho quente, uma cerveja, jantar e uma boa noite de sono!

Saldo dia: 45km com 1370m de altimetria!







2 comentários:

  1. Olá Lyra. Que bom vê-lo por aqui. Dias atrás até me perguntei o que houve com vc. Pensei que tinha parado com a bike. Então teve o privilégio de subir o Alto da XV (lá depois do Recanto do Ruda). Abc

    ResponderExcluir
  2. opa! Tudo certinho mr Heil? Tô bem e não desisti não, só tô mais devagar :-)

    ResponderExcluir