domingo, 16 de março de 2014

Carretera Austral 2014 - Caleta Tortel até Cochrane

(14/1) A cama sempre fica mais gostosa depois de um dia de saco de dormir :-). Mais um dia, mais um trecho e esse ao contrário do anterior não prometia ser muito fácil. Seriam mais de 100km e com um serra no ultimo terço do trecho! No entanto, se vencêssemos chegaríamos  a uma cidade com alguma estrutura (trocar dólares!) e ficaríamos dentro do cronograma.

Acordamos relativamente cedo, mas com um tempinho bem esquisito. Fazer o que? Tínhamos mesmo que seguir, e assim o fizemos. Percorremos de volta os 20kms até a bifurcação para Puerto Yungay. O tempo foi piorando, chovendo em alguns momentos. Fizemos algumas paradas para colocar os impermeáveis, e depois tirá-los pois você acaba ficando encharcado de um jeito ou de outro!

 (cabana em Caleta Tortel)

Mas felizmente ao longo do dia o tempo melhorou e abriu um sol! Encontramos um casal de cicloturistas da Nova Zelândia pelo caminho e paramos para conversar um pouco. Nos informamos sobre possíveis locais para camping. Não era essa nossa intenção, mas é sempre bom ter um plano "B" :-). Com uns 60km pedalados fizemos uma parada para o almoço, e novamente esquentamos o resto da janta.


 (paradinha para manutenção)
 (encontro com os cicloturistas neo zelandeses)
(guidão esquisito do neo zelandês!)
(almoço)
Ao voltarmos para estrada percebi que o meu freio traseiro não estava funcionando direito. Acho que eu estava cansado, pois não vi nada errado, e como iríamos para uma cidade, resolvi tocar mesmo assim e fazer uma inspeção mais minuciosa no dia seguinte. Mais uns 10km para frente vimos alguns locais com possibilidade para camping, mas era cedo, então tocamos. Mais 5km e chegamos na região do Rio Nadis, e por lá existe um camping pago, mas é necessário pegar um desvio e andar alguns kms. Essa região também marca o começo da serra. Incentivado pelo bom tempo e pela perspectiva de chegar em Cochrane, resolvemos encarar logo a subida!


("obrigatório o uso de correntes no pneu". Normalmente não é um bom sinal!)

E que subida... com direito a alguns "caracoles" e tudo mais. A região mais alta é muito bonita também e com algumas lagunas bem bonitas. O meu freio traseiro resolveu piorar, mas estava me virando bem com o dianteiro. Achei que pudesse ser a pastilha de freio, o que não seria um problema porque estava carregando uma sobressalente.


O susto do dia foi dado pelo Pedro. Ele estava andando do lado esquerdo da pista e próximo a uma curva apareceu uma caminhonete velha do nada e andando rápido! O cara até freou, mas derrapou. Então foi o Pedro pro mato e o cara pro meio da pista! Ufa... susto mas ficou tudo bem e ninguém se machucou!

Mais um pouco pra frente e foi a minha vez de dar outro susto. Parei para um xixi, e ele saiu escuro! #quemedo! Pensei em várias coisas, como banco pressionando algo que não deveria, infecção, etc. Além disso fiquei com aquela sensação de "droga, vou estragar a viagem!". Para não ficar o suspense, conto logo o que aconteceu: eu tenho uma certa propensão a cálculos renais, e a combinação de pouca água (mesmo com o tanto que estávamos bebendo!) e a trepidação fez um deles descer e fazer um estrago na saída. Foi só reforçar a ingestão de água e o problema se resolveu.


O xixi e mais o cansaço acabou me colocando em modo "sobrevivência" e acabei percorrendo os últimos 15 quilômetros só pensando em chegar logo! E que alivio ao chegar em Cochrane!

A cidade é pequena e bem simpática. Tem uma estrutura razoável e parece atrair os pescadores! Encontramos um logo na entrada da cidade, enquanto registrávamos a chegada. Conseguimos achar uma pousada/cabana com internet e nos hospedamos. Como recompensa pelo dia cheio, jantamos em um restaurante legal. Cerveja e Lomo a Lo Pobre (o equivalente a nosso bife a cavalo), ok, bom demais :-).

 (última descida do dia)
(Cochrane!)
(merecido :-), e ainda por cima diurética!)

Resumo do dia: 126km com 1600m de altimetria. Track aqui.

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