Iniciamos o dia bem cedo, e ao contrário de outras pousadas, essa de Cruzília tinha um café com leite, suco, pão com manteiga prontos já as 6 e meia, então antes das 8h já estávamos a caminho de Caxambu. O tempo mudou um pouquinho e pegamos um ventinho frio.
No caminho para Caxambu um parafuso que prendia o bagageiro ao quadro quebrou! Tivemos que improvisar com umas abraçadeiras e um pedaço de galho (droga... esqueci de tirar uma foto disso... foi a tensão!). Fiquei preocupado porque achei que o "conserto" não ia aguentar por muito tempo, então diminui um pouco a velocidade e procurei evitar trepidar muito.
No planejamento original, apenas passaríamos por Caxambu mas não entrariamos na cidade, mas para tentar resolver o problema do bagageiro e para comprar outra bermuda de ciclismo (afinal, tinha esquecido a única em Tiradentes!), fomos até o centro da cidade, e lá procuramos a "Metal Bike" (bike shop). Fomos bem atendidos por lá, e enquanto consertavam a bike, aproveitamos para comer um sanduba em uma padaria próxima. O parafuso quebrou dentro do quadro, então o jeito foi passar a furadeira (ai meu quadro...). Com mais tempo e mais recursos talvez tivéssemos conseguido retirar o parafuso sem detonar com a rosca do quadro, mas não tinhamos nem um, nem outro :-(. Então detonou-se o parafuso original e colocou-se outro com uma porca. Fica aqui meu agradecimento ao pessoal da Metal Bike, que além de terem feito o possível para nos ajudar, ainda não cobraram nada, pois eu já havia comprado a bermuda com eles. ah... e ainda por cima era um sábado!
De bagageiro consertado seguimos em direção a Itanhandu. Passamos por um vale bem bonito e eu comecei a me perguntar "como se sai desse vale?". A resposta era óbvia: subindo! E em um subida bem forte o Pedro estorou a corrente da bike dele. Muita óleo nas mãos, alguns elos de reserva que eu havia levado e a corrente foi "remendada". Novo sistema de classificação de subidas: fácil, médio, difícil e quebra-corrente.
O caminho até Itanhandu passa antes por Pouso Alto, e é bem bonito, com direito a uma passagem por outro vale, contornando um morro.
Fizemos uma paradinha em Pouso Alto para um lanche rápido (pizza comprada em Cruzília), um pequeno descanso na pracinha da cidade e toca para Itanhandu!
Escureceu no meio do caminho, mas com nossos faróis não tivemos dificuldades em prosseguir. Chegamos em Itanhandu, mas já decididos a seguir até Passa Quatro, pois nos disseram que a cidade era mais legal, e ficava a apenas 12km de distância por um caminho sem subidas (incrível! era plano mesmo!).
Chegamos em Passa Quatro e aí começou outra parte da aventura: a cidade estava cheia pois haveria festa/show do Leonardo, ou seja, não havia uma única vaga nas pousadas!
Em uma das pousadas a atendente até que foi bem legal e nos ajudou ligando para outras pousadas em busca de vaga. A solução seria voltar a Itanhandu (ah... voltar não!). Como último recurso a atendente se lembrou que havia um Albergue Espírita e que talvez pudessemos passar a noite lá. Fomos atrás do albergue, e descobrimos que era um desses albergues noturnos tipo para andarilhos, sem teto, mas estava vazio e parecia aceitável (padrões do Pedro... eu não vi). Porém tinha um detalhe: para dormir lá, era necessário pegar uma autorização na delegacia de polícia! Fomos até a polícia e pegamos a tal da autorização, mas em conversa com os policiais, eles nos indicaram que havia uma pensão na cidade, e que poderiámos tentar ficar lá.
Fomos até o local onde deveria ficar a pensão, mas ela não existia mais. No entanto, ao entrar em um bar para perguntar, um senhor ouviu a conversa, e disse que o filho de uma senhora estava abrindo um albergue mas não tinha placa nem propaganda ainda, mas nos indicou o local. Fomos ao local indicado e paramos em um bar ("Bar Show de Bola") para perguntar. Coisas estranhas e legais acontecem nos momentos menos esperados... O atendente, chamado Felício, foi super solícito e nos mostrou onde era o albergue e tentou nos ajudar a localizar o dono. No meio dessa confusão toda um outro cara, um sul-africano no Brasil, ouviu a história e até nos ofereceu hospedagem em seu sítio! Como não localizamos o dono do albergue, o Felício sugeriu que fossemos jantar e que na volta o dono já deveria ter voltado. Dito e feito.... jantamos, voltamos, e encontramos o reponsável pelo albergue! O cara era alpinista e costuma levar grupos de alpinistas por trekings de até 4 dias nas serras da região, e estava montando o albergue com um sócio para hospedar esses grupos. Enfim, nos hospedamos. Dai foi só banho e cama, pois já era quase meia noite!
Resumo do dia: 99.5km com 1752m.
Locais: Cruzília, Caxambu, Pouso Alto, Itanhandu, Passa Quatro.
Morro Azul de Pomerode
Há um mês
Boa, se livraram do albergue espirita padrão "Pedro". Tô aqui imaginando os limiares do rapaz!!
ResponderExcluirOs padrões geralmente "aceitáveis" são geralmente abalados por:cansaço, desespero,....
ResponderExcluirAté aqui fico imaginando que logo, logo vocês iriam precisar de uma autorização do cindacta
Fiquei preocupado porque achei que o "conserto" não ia aguentar por muito tempo, então diminui um pouco a velocidade e procurei evitar trepidar muito.
ResponderExcluirAgora conta a verdade: como é que se faz para andar com menos trepidação? Levitação por acaso 8-)
Nah... levitar ainda vai demorar algumas viagens para eu conseguir aperfeiçoar. Mas andando mais devagar e escolhendo melhor as linhas, a trepidação, ou pelo menos, a intensidade dela diminui né?
ResponderExcluironde fica essa cava da primeira foto?
ResponderExcluirta "geotagueada" a foto?
A cava fica em um trecho entre cruzília e Caxambu. Alguns kms antes de chegar no asfalto que leva a Caxambu. Não geotageei as fotos não... embora eu tenha o track do GPS, então "teoricamente" seria só usar um programa para juntar as informações do track com as fotos.
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