Resolvido o problema logístico da volta, arrumei as coisas com calma e sai de Mateiros com destino ao fervedouro do Ceiça. Alguns kms saindo de Mateiros eu encontrei com o Edmilson, lá da Cachoeira da Velha. Ele tava preocupado comigo :-). Agradeci pelo cuidado e fiz um resumo dos últimos dias. Mais um pouco pra frente tive o primeiro e único problema mecânico da viagem: furou o pneu traseiro! Como remover a roda com o Rohloff é meio chato, fiz como de costume, e remendei a câmara sem tirar ela da roda.
(Saída de Mateiros)
(remendando a câmara sem tirar a roda :-) )
Mais alguns kms pra frente, cheguei na entrada para o Fervedouro do Ceiça e segui para lá. O fervedouro é na verdade a nascente de um rio, mas a água sai com pressão por debaixo de um solo arenoso e quando vc fica em cima dessa saída de água ela te empurra pra cima e vc não consegue afundar. É estranho, porque vc fica com água pelo peito e pernas "enterradas" na areia (na verdade areia em suspensão) até a altura do joelho! O Fervedouro do Ceiça é pequeno, mas é um dos que tem mais pressão. E é também uma máquina de fazer dinheiro, pois é cobrado R$ 10 por pessoa. Quando cheguei lá tinha um grupo de umas 15 pessoas! O Ceiça faz um controle para que só fiquem 6 pessoas por vez na água.
(Fervedouro do Ceiça)
("boiando" em pé)
(minha carona do dia seguinte!)
Quando estava saindo do Fervedouro, o pessoal de Curitiba e guia chegaram e aproveitei para confirmar o encontro e pegar mais alguns detalhes do local. Segui em direção a cachoeira do Formiga e sofri um pouco com o calor. A cachoeira fica a alguns kms da estrada principal, e esse trecho da estrada até a cachoeira tem um bocado de areia! Na cachoeira tem uma pequena estrutura com bar/banheiro e aproveitei para almoçar por lá. Encontrei de novo aquele grupo grande de pessoas que estavam no fervedouro. Fui para a Cachoeira mas pude aproveitar pouco, pois o tempo virou completamente e desabou maior chuva. Fiquei um bom tempo esperando dar uma melhorada no tempo para seguir viagem até o Camping do Vicente.
(Cachoeira do Formiga)
(amiguinhos do almoço)
Tinha lido relatos falando do Vicente e do camping dele, e chegando lá estava curioso para conhecer o Vicente. Por sorte ele estava lá sim, mas acabei conversando mais com o Roberto, um amigo do vicente que está assumindo a administração do camping junto com a esposa. Pela quantidade de material de construção que tinha por lá, o negócio parece que vai ficar bem legal! O Roberto trabalhava com telecomunicações e já rodou o Brasil inteiro, então espero que traga idéias novas pra região, que de uma maneira geral carece de uma visão mais "turística" (ser "roots" é legal também, mas é tudo muito "roots" :-) ).
(falando em "roots": Bikepacking Raiz)
(e a bebida da região. Raiz tb :-) )
(Camping do Vicente. Em obras para melhor atendê-los !)
(Para contrastar, segue a versão Bikepacking Nutella)
(esse é o Roberto)
De novo armei a barraca debaixo de espaço coberto, então mesmo com chuva não foi preciso usar o sobreteto. Como estava preocupado com a carona, acordei um pouco mais cedo que o usual e arrumei logo as coisas para pegar a estrada. Desse ponto em diante a estrada fica bem melhor e acabei percorrendo os 50km até a entrada do Fervedouro Bela Vista bem rápido. No caminho uma das vans que saiu de Mateiros passou por mim, outra só 3 dias depois :-).
(a caminho do Fervedouro Bela Vista)
O Fervedouro Bela Vista é bem maior do que o do Ceiça, e possui umas 6 saídas de água, embora com um pouco menos de pressão. Mas é legal assim mesmo :-). Acabei chegando antes que minha carona, então deu tempo de arrumar as coisas e dar uma descansada. O pessoal chegou e acompanhei eles na visita. Almoçamos por lá mesmo, e aproveitei para mandar mais um pedido de agradecimento ao Edmilson, já que a esposa dele trabalha como cozinheira lá no Bela Vista.
(Fervedouro Bela Vista)
Depois do almoço, colocamos a bike na caçamba da caminhote, tomei meu dramim e seguimos viagem em direção a Novo Acordo. No caminho paramos para fotos na Serra da Catedral e para um lanche rápido/água na entrada do Fazenda/Camping do Camilo. Próximo a Serra da Catedral fica um lugar legal mas que não deu tempo de conhecer, o Jalapão Eco Lodge (#ficaadica). O trecho de São Felix a Novo Acordo é relativamente longo e sem grandes atrativos, a não ser a paisagem mesmo, mas que é mais fechada por conta de uma vegetação mais alta. Fizemos mais uma parada em Novo Acordo e de lá para Palmas foi rápido pois pegamos o asfalto. Em Palmas acabei fiquendo no mesmo hotel que o casal de Curitiba (achei que não ia dar, mas apesar da cara de chique, o preço era bem razoável :-) ). A noite saí com o casal para comer uma pizza, afinal, foram duas sexta-feiras sem pizza.
(Serra da Catedral, e o tempo virando, de novo!)
(Formações rochosas próximos ao camping do Camilo)
(diz o guia que com bastante imaginação vc consegue ver um formato de macaco aí...)
(Entrada pro camping do Camilo)
Acabou que o tempo foi curto, mas consegui fazer tudo que eu tinha planejado. Inclusive aproveitar o dia em Palmas para visitar o PoP-TO (programa de nerd :-) ). Almocei com o pessoal do PoP e por conta da chuva que caiu depois do almoço ainda ganhei uma carona salvadora até o aeroporto! Desmontei a bicicleta lá mesmo e usei aquele serviço de embalagem de bagagem (bom, mas é bem caro! R$ 150 por causa do tamanho da bike). Viagem padrão de volta para Curitiba, com direito a aeroporto cheio em BSB, mas sem surpresas.
(embalada pra voltar pra casa)
Resumo dos dias: 40km de Mateiros ao Camping do Vicente (track aqui). 51km do Camping do Vicente até o Fervedour do Bela Vista (track aqui).