domingo, 20 de novembro de 2016

Bikepacking Curitiba - Floripa (parte 3)

Das outras duas vezes que passei pela região, sempre foi um desafio fazer o trecho entre Corupá e Pomerode. A estrada que liga Corupá a Jaraguá do Sul é muito perigosa, pois não tem acostamento. O trecho de Jaraguá a Pomerode tem um acostamento pequeno, mas que some na subida da serra antes de Pomerode. Com a ajuda de amigos do Forum do Pedal, e do heatmap do strava, acabei encontrando um caminho bem tranquilo, e que desviava de Jaraguá. A partir de Corupá peguei só um trechinho da BR até entrar em estrada de chão em direção ao Rio Manso, e de lá vc cruza 3 morros até Pomerode. Foi um bom achado esse e tirando o ultimo morro, até que foi tranquilo. No topo desse último morro o track encontra um pedaço do caminho oficial do Vale Europeu e é uma descidona de fritar os discos!


 (como assim trilha do alemão? Em Pomerode não é tudo alemão?)
(Vale que separa Jaraguá do Sul de Pomerode)

Chegando em Pomerode, fui direto para Schornstein por que eu merecia uma cerveja, mas... tava fechada!! oh sh**. (calma... descobri depois que abria depois das 16h e voltei lá para jantar e tomar a cerveja!). Em Pomerode optei por pegar uma pousada e ficar perto do centro da cidade. Acabei ficando em uma que eu já tinha estado e tem um custo beneficio bom, a Dein Hauss. Acho que dei um pouco de sorte porque a Oktberfest tinha acabado no Domingo e eu cheguei na segunda.

 (rota "enxaimel" proxima a Pomerode)

(ache o intruso :-) )

O quarto dia de pedal prometia... pois deveria ser um dos mais longos. O objetivo era chegar em Nova Trento, mas já estava preparado para parar antes e foi o que aconteceu! Sai de Pomerode com um tempo esquisito com uma promessa de chuva a qualquer hora. Optei por ir pelo asfalto até as imediações de Blumenau, porque sabia que era plano, tinha acostamento e me economizaria tempo, além de ser um trecho curto (menos de 15km). Nas imediações de Blumenau a navegação foi meio complicada, mas consegui chegar no começo da trilha que eu já tinha feito antes sem muitos problemas, mas com um chuvinha que começou e não terminou mais. Esse trecho ligava dois bairros de Blumenau, mas uma chuva levou parte do caminho impedindo a passagem de carros, e depois a natureza fez o resto... Da vez anterior fiz no sentido contrário, então não foi exatamente uma repetição!

 (meio da trilha, próximo a Blumenau)
 (e um trecho virou um riacho!)

Do outro lado da trilha, peguei mais uns trechos de cidade até pegar o caminho em direção a Brusque. Nesse trecho já estava completamente molhado e o terreno começou a ficar mais "pesado" e com barro. Acabei resolvendo abortar a ideia de ir mais pra frente e procurei algum lugar para ficar em Brusque mesmo. O GPS não ajudou muito e acabei pegando alguns trechos de asfalto sem acostamento... o que aumentou a vontade de simplesmente parar logo. Acabei pegando um hotel sem ficar escolhendo muito, e devo ter sido muito xingado pelo pessoal da limpeza, pois estava ensopado e sujo! Precisei pedir para ir ao quarto antes de terminar de fazer o checkin, porque a os dedos estavam tipo uva-passas e não conseguia pegar as coisas na carteira!

Mas como todo ciclista sabe, um banho quente faz milagres! Sai para comer com um guarda-chuva emprestado e tirei o resto do dia para ler e descansar. A chuva praticamente não ia dar trégua, mas também não fazia sentido ficar um dia parado em Brusque. Então decidi que no dia seguinte iria pegar o asfalto e matar de uma vez os 90km até Florianópolis.

(Vista do hotel em Brusque)

No último dia de pedal já amanheceu chovendo, e o noticiário que estava passando na televisão da sala do café confirmou mais chuva. Fazer o que... já sai molhado com a roupa do dia anterior, já que não fazia sentido usar roupa seca! O trecho de asfalto de Brusque até Nova Trento não é muito legal, já que tem uma serrinha no meio, pista simples e sem acostamento (isso é alguma coisa de SC, ou o que?). Mas como tem pouco movimento, não foi ruim. De Nova Trento até Tijucas, onde eu pegaria a BR, foi tranquilo, aí sim com acostamento e relevo suave, então rendeu bem. O joelho esquerdo reclamou dos dias anteriores e da subida puxada do dia, mas tava gerenciável e com um pouco de descanso depois ele ficou legal.

Parei para uma foto rápida em Tijucas e depois um pouco mais a frente já na BR para um lanche. O trecho de BR já era conhecido de um Audax, e somando a vontade de chegar com a vontade de sair logo da BR, andei em ritmo de Audax mesmo e velocidade média na casa dos 30km/h. Parei para uma última foto molhada perto da casa da minha mãe e encerrei o dia com mais 92km na conta.

 (Surly-Rex. Taí a foto rápida em Tijucas!)
(e não parou de chover! A ponte Hercícilio Luz tá ali atrás)

Fiquei dois dias em Floripa. O dia seguinte a chegada, o tempo estava mais ou menos, mas é claro que no dia de ir embora estava maior sol! Pena que só serviu para o pedal até a rodoviária. A viação Catarinense não implica com bikes e foi fácil embarcar com ela. Engraçado que eu tomei o cuidado de escolher uma passagem no ônibus Executivo/Convencional (aquele que não tem dois andares) pois o bagageiro é maior. Na hora de embarcar o que aparece na plataforma? Sim, o ônibus de dois andares por alguma razão que nem o motorista sabia explicar! Mas deu tudo certo e a bike veio sozinha em um bagageiro atrás da cabine do motorista. Ponto para Catarinense :-).

(hora de voltar, é claro...)

O caminho todo percorrido tá no mapa abaixo. Fiquei satisfeito com o equipamento novo, mas preciso trocar a relação dessa bike! E agora pensar em roteiros realmente "bikepacking".



Resumo dos dias:
dia 3: 65km com 824 de altimetria. Track aqui.
dia 4: 69km com 724 de altimetria. Chuva e trilha! Track aqui.
dia 5: 92km com 425 de altimetria. Asfalto e "Audax" na chuva. Track aqui.

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