domingo, 20 de abril de 2014

Carretera Austral 2014 - Villa Cerro Castillo a Coyhaique

(20/1) Começamos o dia bem e descansados. Ter terminado o dia mais cedo ontem ajudou, e precisariamos desse descanso porque esse trecho seria longo: 98km com uma baita subida no começo, mas com o atenuante de ser tudo asfalto. Tomamos café, arrumamos as coisas e saimos cedo. Como na nossa hospedaria não havia internet, paramos próximo ao restaurante do dia anterior para aproveitar o wifi e mandar noticias para casa.

 (pracinha e ao fundo o restaurante com o wifi aberto :-) )
(nossa hospedagem)
(o dia estava ótimo!)

O dia estava bonito, mas começamos logo com o chefe de fase: uma subida de 15km. Alguns trechos eram bem inclinados e a estrada subiu serpenteando, ou melhor "caracoleando" montanha acima. Mas a paisagem compensava, seja pela própria estrada, como pela visão das montanhas ao redor. No término da subida entramos em um vale bem legal, e próximo a um lago havia um camping que poderia ter sido uma boa opção caso continuássemos no dia anterior (hm... talvez não... devia ser bem frio o local).
(caracoles!)
 (e a vista lá de cima!)
 (mas antes... tem que subir!)
 (subir!)
(e mais isso!)
(e sobe!)
(até chegar no vale!)
(acho que o camping era ali embaixo :-) )

Ao sair do vale a paisagem se transformou numa espécie de "pampa", se aproximando das paisagens do lado argentino, inclusive com o vento! Eu havia ficado um pouco para trás para tirar fotos, e acabei me afastando do grupo. Deu um certo desânimo encarar esse vento, mas mal sabia eu que era só o começo! Reencontrei o pessoal em uma garagem de uma casa próxima a rodovia e aproveitamos para descansar e comer um pouco.  Seguimos pedalando e alcançamos uma encruzilhada que levava ou a Balmaceda onde fica o único aeroporto da região, ou a Coyhaique, nosso destino do dia. Por sorte alguns quilometros depois encontramos uma pousada/restaurante muito legal chamada "El Blanco" (outra boa opção de parada). Almoçamos bem e ainda comemos cerejas de sobremesa (hmm!).

 (pampas!?)
 (muito bom!)

O retorno a estrada foi bem sofrido. O tempo piorou e o vento aumentou, contra é claro! Adotamos uma tática de "pelotão",  revezando o ciclista que ia na frente para cortar o vento, o que ajudou um bocado. Mesmo assim foram 25km bem desgastantes. Ainda por cima tinha o aspecto psicológico, pois quando encaramos o vento me vieram as lembranças da viagem pela Argentina, e rolou aquele "de novo não, por favor!".

 (pelotão!)
(chegada a Coyhaique)

Mas, para manter o cronograma, precisávamos chegar em Coyhaique, e apesar de estar difícil, não era impossível :-). Depois dos 25km entramos em outro vale, o vento diminuiu e o pedal voltou a render.

Coyhaique é considerada a "capital" da patagônia chilena, tendo algo em torno de 50 mil habitantes, e funciona como um grande centro distribuidor de mercadorias e serviços, graças a proximidade com o porto de Aysen e Chacabuco, e da fronteira com a argentina. Sabíamos também que havia uma bike shop e seguimos direto para ela ao chegar na cidade. Comprei uma nova blocagem de selim e consegui mais parafusos para o freio, só por prevenção! O Pedro comprou um pneu novo e trocou aquele que havia sido costurado (lembram? rodou uns 300km!). Incrível como mesmo nesse local, que parece tão remoto para nós, as coisas ainda são mais baratas que no Brasil!

("Bicicletas Figon"!)

Encontramos um hostel na mesma rua da bike shop e nos hospedamos. Aproveitamos a cidade grande para fazer compras em um supermercado de verdade. O Rafael e o Mildo estavam com disposição para cozinhar, mas eu e o Pedro não, então pegamos algumas dicas, e acabamos comendo muito bem em um restaurante que nos indicaram. E partiu descanso merecido :-).

Resumo do dia: 98km com 1500m de altimetria. Track aqui.

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