Comecei o dia retornando a uma bike shop que eu havia passado na frente, e esperando um pouquinho para a loja abrir. Felizmente o pessoal da loja foi bem pontual :-). Pedi para olharem as pastilhas de freio, pois como elas estavam apitando no dia anterior, achei melhor verificar. Elas estavam boas ainda, mas por segurança comprei mais uma para levar. Resolvido as questões mecânicas, parti para o meu destino do dia.
A saída de Blumenau foi bem tranquila, pois não foi preciso pegar nenhuma rodovia, então segui margeando alguns rios até chegar na estrada que seguia para o Parque das Águas e "faxinal do Bepe". A estrada de terra começa logo com uma tremenda subida, e o tempo estava muito bom, mas muito quente também.
Após o Parque das Águas (que pareceu estar fechado, o que era meio que esperado para uma segunda-feira), passei por uma base/acampamento do exército, algo que achei meio curioso. Um pouco mais adiante, na estrada, fui parado por um militar e informado do fato insólito do dia: os militares estavam fazendo um treinamento de tiro real mais adiante e como as balas poderiam cruzar a estrada, eles estavam bloqueando o trânsito! Nosso exército anda meio sem dinheiro, então esse tipo de treino com munição de verdade não é muito comum, mas escolheram justo o dia que eu ia passar por lá para treinarem! Como não tinha outro jeito, tive que esperar por mais de uma hora até a turma que estava atirando terminasse e eles liberassem o trânsito.
(a casinha era o local de descanso dos atiradores. As linhas com bandeirinhas brancas marcavam cada distância de tiro)
Depois da base militar encarei mais umas subidas do tipo quebra corrente, mas que foram compensadas pela beleza da região. Os traços de civilização também sumiram... nada de casas/fazendas e a estrada estava absolutamente deserta.
Finalmente alcancei o tal "faxinal do Bepe": uma área de reserva em uma espécie de pequeno planalto. Para a minha surpresa encontrei uma pequena pousada+bar, e parei para uma coca-cola e reabastecer a água. No bar encontrei também um pessoal que estava fazendo algum tipo de exame no gado da região, e estavam esperando alguma reação acontecer nas amostras de sangue que haviam colhido. Fiquei um tempo de papo por lá, e acabei saindo um pouquinho antes deles, que estavam com um desses 4X4 imensos (logo eu entenderia o porque).
(Faxinal do Bepe)
(Faxinal do Bepe)
A estrada que até então era uma simples estrada de chão, começou a ficar mais fechada, com mais pedras, e com mais valetas feitas pela chuva. Mais uma pequena subida para sair do faxinal e em seguida um tremendo downhill! As valetas das chuvas eram maiores na descida, assim como a quantidade de pedras. Senti uma saudade da minha full-suspension! Pode parecer loucura, mas comecei a pensar que eu gosto mais das subidas do que das descidas. Claro... considerando que a bike não tem suspensão, e está carregada, então não dava para simplesmente largar os freios e descer que nem um doido. Foram uns 20km de estradas desertas e de descidas até ver novamente os primeiros sinais de civilização.
Consegui chegar em Apíuna ainda de dia, e a primeira impressão da cidade não foi das melhores... Uma cidadezinha que cresceu em torno da rodovia cheia de caminhões e que a divide em duas. Mas, pequenas cidades boas surpresas: o hotel era bom e barato (Hotel Lange, recomendo), e ficava do lado da churrascaria (+/- em situação normal, mas ótima depois de um dia de pedal pesado).
(Apiúna)
Resumo do dia: 77km, 1680m de altimetria. Track aqui.
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